- Folha de S. Paulo
Líderes para o Planalto em cenário sem Lula enfrentam falta de apoio e alianças precárias
Líderes na corrida à Presidência com Lula fora do páreo, Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) esbarram, até agora, em uma fraca sustentação nos estados, sem perspectiva de alianças ou candidaturas de apoio relevantes.
No sentido inverso, MDB, PSDB, PT e DEM, siglas de maior porte, têm palanques regionais mais competitivos, mas seus pré-candidatos à Presidência ainda aparecerem de forma tímida nos índices de intenção de voto.
Em cenário sem Lula —condenado em segunda instância, o que impede sua candidatura—, Bolsonaro lidera a pesquisa Datafolha de janeiro, com 20% das intenções de voto, tecnicamente empatado com Marina (16%).
Nos estados, as conversas do PSL de Bolsonaro ainda engatinham. O presidente da sigla, Luciano Bivar, diz que os nomes de possíveis candidatos a governador não estão definidos. Ele busca representantes que compartilhem as ideias do partido. “Onde não tiver, paciência”, disse.
No momento, não há definição nem no Rio, estado de Bolsonaro. O mesmo ocorre em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil. O deputado Major Olímpio (PSL-SP), que vai tentar uma vaga no Senado, indicou que a busca por alianças estaduais não está entre as prioridades da sigla.
“Vale mais lançar uma chapa pura e completa do que eventuais composições”, afirmou o parlamentar.
Na Rede, de Marina, a dificuldade não está no número de candidatos próprios. Já foram definidos 11 nomes que vão concorrer aos governos estaduais. Quase todos, porém, não têm mandato e são candidatos desconhecidos.
Membro da Executiva Nacional da Rede, Pedro Ivo argumentou que o partido não tem a estratégia de usar palanques estaduais para dar voto a Marina Silva. Para ele, a pré-candidata vai vencer na conversa com o eleitor.
“Essa estratégia [de usar os palanques] é muito convencional, a estratégia da Rede não é essa. Nossa estratégia é direto com a sociedade, a nossa aliança fundamental é com a sociedade”, disse.
Além do diálogo, Ivo aposta na força do nome de Marina para que ela vença as eleições. Segundo ele, a campanha da ex-senadora será semelhante às eleições anteriores —quando nem chegou ao segundo turno.
“[A estratégia] é parecida com 2014, é parecida com 2010. Agora pode funcionar pela insatisfação do povo com a velha política, que se aprofundou”, disse.
A fragilidade dos palanques estaduais soma-se, no caso de Marina e de Bolsonaro, ao minúsculo tempo de propaganda na TV, outra das principais ferramentas de uma campanha política.
A propaganda na TV será veiculada de 31 de agosto a 4 de outubro. Caso não consigam se coligar com outras legendas, Marina e Bolsonaro terão espaço, cada um, de cerca de 10 segundos ou menos por bloco.
Entre os partidos de grande porte, o PSDB é o que tem o maior número de pré-candidatos a governador —20, até o momento. Os palanques estaduais são considerados importantes para fortalecer o pré-candidato ao Planalto Geraldo Alckmin, que aparece com 8% de intenção de voto em cenário sem Lula.
Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral, o tucano receberá reforço do senador Antonio Anastasia, que confirmou a pré-candidatura ao governo.
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