Por Adriana Cotias, Juliana Machado, Victor Aguiar, Lucinda Pinto e Angela Bittencourt | Valor Econômico
SÃO PAULO - Maio foi um desastre para a maioria das aplicações financeiras de renda fixa e variável. À surpresa com a manutenção dos juros pelo Banco Central (BC) seguiu-se a greve dos caminhoneiros, um baque para as ações da Petrobras e para os ativos brasileiros em geral, num momento em que a cena externa já se mostrava menos favorável aos emergentes. Só em maio, os investidores estrangeiros em bolsa tiraram R$ 5,6 bilhões do país, segundo a B3. No ano, o saldo dos recursos estrangeiros é negativo em R$ 1,25 bilhão.
Diante do aumento da percepção de risco, estrategistas e gestores ouvidos pelo Valor recomendam para os próximos meses investimentos mais conservadores, como os que garantam os "magros rendimentos" da Selic, de 6,5% ao ano.
Na dianteira da rentabilidade, mais uma vez, ficou o dólar, com valorização de 6,7% no mês até ontem e 12,8% acumulados no ano. O ouro subiu 5,8% no mês e 15,3% desde janeiro. O Ibovespa teve seus ganhos de 2018 praticamente anulados pela desvalorização de 11,7% em maio.
No Tesouro Direto, opção bastante utilizada por jovens investidores, os títulos indexados à inflação com vencimento em 2045 perdiam 11,6% no mês, enquanto os papéis prefixados com resgate em 2025 caíam 7,4%. Foram quedas bastante significativas para ativos que costumam ser o porto seguro do aplicador. Essas perdas são consequência da atualização dos papéis a preços de mercado. Quem puder levar esses títulos até o vencimento, entretanto, tem assegurada a taxa contratada na data da compra.
A corrida pelo dólar acabou se acelerando após o BC sinalizar queda dos juros e, depois, na reunião do Copom, adotar a posição mais conservadora de manter a taxa. A crise do desabastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros e a discussão sobre os preços dos combustíveis arremataram a piora na percepção geral de risco.
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