Com líderes do Congresso cooptados ao esquema da morte, não há saída para a calamidade
Com
a fúria de um miliciano macabro, Bolsonaro ameaça: quem fizer
"lockdown" terá de bancar o auxílio
de emergência aos trabalhadores. É a lógica do fora-da-lei que
cobra proteção e, contrariado em seus interesses, manda cortar o fornecimento
de botijões de gás. Na cabeça do capitão, o país é um território tomado à força
na zona oeste carioca; o destino dos brasileiros vale menos que a ligação
pirata na internet.
Sua falácia é salvar empregos. Quando até mesmo o ministro Paulo "Pibinho" Guedes sabe que a retomada econômica está ligada ao combate à pandemia, Bolsonaro continua dedicando-se ao contrário: incrementar a doença. Não à toa seus fanáticos adoradores curtem o apelido Capitão Corona.
Para
ele, luto é frescura. Mimimi.
Além de não usar máscara, demite quem usa. Mente, xinga a mãe, aglomera, ataca
a imprensa, aprofunda a crise federativa, nega a gravidade da peste, sabota o
plano nacional de vacinação e, depois de receitar, comprar e fabricar
medicamentos sem eficácia no tratamento à Covid-19, despacha o chanceler
Ernesto "Pária" Araújo para buscar um spray milagroso em Israel.
Enquanto
isso, o Brasil está se desfazendo em calamidades: com os hospitais públicos e
privados esgotando a capacidade, cada vez mais pacientes jovens em estado grave
ocupam as UTIs; a transmissão descontrolada —já se fala numa quarta onda— tende
a criar vírus mais perigosos; recordes no número de vidas perdidas são batidos
dia após dia. Nas ruas, desespero e fome. Nas redes sociais, idiotia robótica.
Para
complicar, não há saída imediata. Os líderes do Congresso estão cooptados ao projeto
da morte. Na Câmara, de Arthur Lira só se podem esperar novas PECs da
impunidade. No Senado, Rodrigo Pacheco tem gastado seu português castiço para
dizer que a CPI da Covid não é para investigar o presidente. Investigar quem
então, cara-pálida?
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