Há
um ano ele enunciou a nossa desgraça
Um
ano. Faz um ano que um imigrante haitiano enunciou a nossa desgraça: "Bolsonaro
acabou (...) Você não é presidente mais. Precisa desistir. Você
está espalhando o vírus e vai matar os brasileiros!". Um ano. Mas parece
que um século nos separa dessa profecia, tão apavorante ela soou e tão
terrivelmente se confirmou. Bolsonaro está matando os brasileiros e não
conseguimos detê-lo.
Os 260 mil mortos até agora e os muitos que ainda virão, os sobreviventes com sequelas, os trabalhadores da saúde esgotados, uma geração de órfãos do vírus, os alertas de cientistas, os apelos de autoridades, os desempregados, os desesperados"... Nada abala a calculada estratégia assassina de Bolsonaro, demonstrada nas medidas que tomou ou que deixou de tomar na pandemia.
Bolsonaro
tem a morte como projeto. Ele comanda o exército da peste, sustentado por um
consórcio macabro de interesses. Cerram fileiras o centrão, militares,
empresários adoradores de Paulo Guedes e setores necrosados do Judiciário. Com
essa retaguarda, Bolsonaro continuará zombando de nós, mentindo, rindo de
suicídios, regozijando-se enquanto empilha cadáveres.
O
mundo já nos considera uma ameaça, porque demos ao vírus as condições ideais
para ele se tornar mais agressivo. Os investimentos estrangeiros vão demorar
anos para retornar. A economia quebrou. Bolsonaro tem a maior parcela de
responsabilidade nessa hecatombe, mas outros também têm deveres e obrigações.
Governadores e prefeitos, tenham a coragem de adotar confinamento mais rigoroso
!
Não
se conhece a identidade do haitiano que confrontou o contaminador-geral da
República, nem se sabe se está vivo. Mas sua voz não para de ressoar na minha
cabeça. Eleição e voto não dão a ninguém licença para matar. Bolsonaro e seu
comparsa Eduardo Pazuello têm que ser interditados, processados e julgados. A
pior escolha que podemos fazer como sociedade é a resignação, a apatia.
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