“Os direitos humanos formam uma utopia
realista na medida em que não mais projetam a imagem decalcada da utopia
social de uma felicidade coletiva; antes, eles ancoram o próprio objetivo
ideal de uma sociedade justa nas instituições de um Estado constitucional.
Naturalmente, essa ideia transcendente de
justiça introduz uma tensão problemática no interior de uma sociedade política
e social. Independentemente da força meramente simbólica dos direitos
fundamentais em muitas das democracias de fachada da América do Sul e de outros
lugares, na política dos direitos humanos das Nações Unidas revela-se a
contradição entre a ampliação da retórica dos direitos humanos , de um lado, e
seu mau uso como meio de legitimação para as políticas de poder usuais, de
outro.”
*Jürgen Habermas (Düsseldorf, 1929) é um
filósofo e sociólogo alemão, ‘Sobre a Constituição da Europa’ (2011), pp. 31-2,
Editora Unesp, 2012
Um comentário:
É claro que direitos humanos para a classe média é uma coisa e para os favelados outra. Para um bolsonarista é uma coisa para um democrata outra. É por isso que o tal projeto de país ou de nação tem que existir no papel.
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