Para evitar irritar ainda mais o PT, PSB adia para a convenção de sábado a composição da chapa de vereadores, mas decisão de sair sozinho já está tomada. Petistas ameaçam romper
Alice Maciel
A decisão está tomada. O PSB, do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, não vai se coligar nem com PT nem com PSDB na chapa de vereadores. Mesmo assim, os socialistas evitaram bater o martelo na reunião na noite de ontem para não criar arestas com os petistas, que, conforme foi dito no encontro, são os que mais têm pressionado pela aliança. " Nós entendemos que o PT já está muito bem contemplado com a vice-prefeitura e com os cargos no governo", ressaltou o presidente municipal do partido, João Marcos Lobo. Com o PSDB, as negociações já estão adiantadas e incluem a presidência da Câmara.
A resolução aprovada ontem é genérica: "O congresso municipal somente aprovará coligação proporcional que fortaleça o PSB e a aliança majoritária, e que favoreça a governabilidade". O texto servirá de recomendação para a convenção que acontece no sábado. Os socialistas vão esticar a corda para não perder o apoio dos petistas até o último minuto. Em vários momentos, João Marcos demonstrou a insatisfação do partido com o posicionamento dos petistas. "Como eu vou defender a aliança na proporcional se parte da bancada do PT faz críticas abertas ao prefeito?", questionou. "A gente tem afinidades ideológicas com o PT, estamos na base nacional, mas jamais vamos ficar na condição de subalternos", ressaltou, acusando o aliado de ser intransigente.
Os vereadores fizeram coro às reclamações do presidente. "Não podemos ceder neste momento, depois de vários meses de negociações e batalhas", defendeu Daniel Nepomuceno. O vereador Alexandre Gomes apoiou o adiamento da decisão. "Dentro do nosso coração todos sabemos que não vai haver coligação, mas temos que ter humildade", disse.
Rompimento O presidente municipal do PT e vice-prefeito de BH, Roberto Carvalho, garantiu ontem que não haverá conversa com o PSB se não houver aliança proporcional. "Nós abrimos mão de ser cabeça de chapa para ter a coligação na chapa de vereadores", alegou, lembrando que essa condição foi aprovada em encontro municipal do PT. "Nós vamos ter candidatura própria, se não houver aliança na proporcional", ameaçou. Ele contou que na segunda-feira, em encontro doPT , o presidente estadual da legenda, deputado federal Reginaldo Lopes, e o candidato a vice, Miguel Corrêa Jr., garantiram apoio à candidatura própria caso não saia a composição proporcional. A informação foi confirmada pelo presidente do Grupo de Trabalho Eleitoral, Geraldo Arcoverde.
Miguel Corrêa Jr. esquivou-se de se posicionar diante dessa possibilidade. "Eu tenho que trabalhar com as construções políticas que existem, não com as especulações. Acredito que vá sair a união", disse. Reginaldo Lopes aposta na aliança. "Os acertos com o PSB passam pelo pressuposto de que vai haver coligação na proporcional", acrescentou.
FONTE: ESTADO DE MINAS
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