Partido enviou ontem "carta de apresentação" às demais legendas da Frente Popular. João da Costa mantém silêncio.
PSB oficializa Geraldo Júlio
Partido envia carta às siglas aliadas em que oficializa o ex-secretário como “o melhor quadro do PSB” para a PCR
Sheila Borges
Para não repetir o erro do PT, que impôs, via Executiva nacional, o nome do senador Humberto Costa à Prefeitura do Recife, e evitar a acusação de que o PSB estaria fazendo o mesmo caminho ao colocar, na cabeça da chapa alternativa à do PT, o ex-secretário Geraldo Júlio, o governador Eduardo Campos foi aconselhado a seguir um ritual que ofeceresse, pelo menos em tese, aos partidos aliados a chance de, publicamente, avaliar e chancelar a indicação dos socialistas. Para descartar qualquer ruído, os socialistas enviaram uma carta (veja em anexo) às siglas aliadas, oficializando o nome de Júlio como “o melhor quadro do PSB” à disputa pela PCR. Isso porque houve um certo mal-estar na base quando parte da imprensa antecipou, ontem, que o Palácio já tinha decidido por Júlio, e que ele seria lançado hoje como o representante da maioria das legendas da Frente Popular, e não apenas do PSB.
“Temos a convicção de que a candidatura de Geraldo Júlio, representando a Frente Popular do Recife, assegurará a vitória das forças populares que há mais de meio século têm operado mudanças fundamentais na vida dos brasileiros, dos pernambucanos e dos recifenses. A experiência acumulada pela Frente Popular no governo do Estado, que elevou Pernambuco a novo patamar de desenvolvimento, será aprofundada na Prefeitura do Recife, em benefício da qualidade de vida de todos os segmentos sociais”, diz trecho da carta, redigida ao final de debates realizados pelos líderes do PSB durante todo o dia de ontem.
Com a oficialização de Geraldo Júlio pelo PSB, Eduardo Campos adia o lançamento formal da majoritária, que ocorrerá com pompa quando o governador retornar dos Estados Unidos, na quarta-feira (27). Eduardo viaja no domingo (24) para receber um prêmio concedido ao seu modelo de gestão administrativa, implantado, justamente, por Júlio no início do primeiro mandato (2007/2010). A carta que indica o ex-secretário foi assinada pelos outros ex-auxiliares de Eduardo que estavam escalados a ocupar a vaga: Danilo Cabral, Sileno Guedes e Tadeu Alencar. Com isso, o governador também manda um outro recado, o de que o PSB está unido em torno de Júlio, diferentemente do que acontece no PT, que não consegue superar as divergências internas para lançar Humberto Costa.
Vice
A vaga de vice deve ficar com o PCdoB, que estava aguardando essa indicação oficial para conversar internamente. A previsão é de que neste fim de semana os comunistas formalizem a parceria e apontem o nome. A senha servirá para que o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, que disputará à reeleição, feche um acordo com o PSB na sua vice, o que deixará o PT isolado em Olinda e no Recife.
Nesse contexto, a candidatura de Geraldo Júlio é construída a partir de dois critérios: o da unidade interna do PSB e o do debate com os outros partidos da Frente. Esses são os principais argumentos que Eduardo Campos vai colocar para o ex-presidente Lula na conversa que os dois terão por telefone até quarta-feira. Assim, Eduardo deixará claro que foi instado a ocupar o comando das articulações da sucessão do Recife, apesar de o PT administrar a PCR, por culpa dos próprios petistas.
Ao tomar essas duas posições, o presidente nacional do PSB abre o caminho para Geraldo Júlio agir sem nenhum tipo de arestas. Agora, começará um novo desafio: fazer com que Júlio possa aprender, em tempo recorde, a se comunicar com a opinião pública para que o seu estilo “gerentão” seja compreendido pelos eleitores como a alternativa que o Recife terá para “replicar” o modelo de gestão de Eduardo no Estado.
FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)
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