Um
vídeo com a declaração de apoio ao ex-presidente Lula ao candidato do PSOL à
prefeitura de Belém, Edmilson Rodrigues, motivou um racha no partido. Para a
ala mais à esquerda do PSOL, o partido surgiu na oposição ao PT e não pode
agora se aliar aos petistas
Belém:
apoio de Lula a Edmilson racha PSOL
Ex-presidente grava
programa de TV e provoca críticas de corrente do partido; PSTU abandona a
aliança
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA Boa parte
dos candidatos à prefeitura lutou para conseguir um vídeo com o ex-presidente
Lula declarando apoio à campanha. Pois foi justamente um vídeo de um minuto com
esse teor que provocou um racha no PSOL. Disputando contra o deputado Zenaldo
Coutinho, candidato do PSDB à prefeitura de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL)
passou a exibir na TV o apoio de Lula.
O PSTU, que integrava
a aliança de Edmilson, e setores do PSOL anunciaram o rompimento com a
candidatura, mantendo a pregação do "voto crítico" para derrotar o
tucano. A última pesquisa Ibope, divulgada sábado, apontou 51% das intenções de
voto para Zenaldo Coutinho, e 42% para Edmilson.
No PSOL, a Corrente
Socialista dos Trabalhadores, que tem o ex-deputado Babá como liderança,
divulgou nota afirmando que todos os limites foram ultrapassados e que Lula
estaria usando o tempo do partido para iludir os trabalhadores e o povo pobre.
A assessoria de Lula afirmou que ele foi procurado e fez a gravação.
- De forma nenhuma
podemos aceitar que nosso partido, construído com dificuldade, venha a aceitar
qualquer apoio do PT, muito menos declaração de voto de Lula. Não podemos
aceitar apoio de um partido de mensaleiros - diz Babá.
Lula, que apoia o
PSOL em Belém, faz campanha em Macapá contra o candidato do partido, em favor
do prefeito Roberto Góes, do PDT - preso na Operação Mãos Limpas da Polícia
Federal, que investigou desvio de verbas públicas.
Os principais alvos
das críticas no PSOL são o senador Randolfe Rodrigues (AP) e o presidente da
legenda, deputado Ivan Valente (SP). No Amapá, o problema do PSOL é com o apoio
do DEM à campanha de Clécio Luís, adversário de Roberto Góes. Pesquisa Ibope de
ontem indica que a disputa está empatada tecnicamente: Góes com 45% e Clécio,
41%.
Para o senador
Randolfe Rodrigues, um dos grandes defensores das alianças, as críticas vêm de
um grupo minoritário:
- A maioria é
contrária a esse manifesto. A CST (corrente) corresponde a menos de 10% do
partido. Não acho muito responsável num enfrentamento contra a direita esse
posicionamento - afirma o senador.
Fonte: O Globo
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