Fernando Taquari e Cristiane Agostine - Valor Econômico
SÃO PAULO - A um ano e dois meses da eleição de 2016, três dos quatro principais partidos cotados para disputar a Prefeitura de São Paulo concentram esforços na solução de problemas internos. A exceção é o pré-candidato Celso Russomanno (PRB). O PSDB vive uma crise em torno da escolha do candidato tucano. O prefeito Fernando Haddad (PT) traça estratégias para recuperar a popularidade e evitar a perda de aliados. Já a senadora Marta Suplicy (sem partido) trava uma batalha com integrantes do PSB para acertar sua filiação à legenda em meio a acenos ao PMDB.
O impasse no PSDB, que tem como pano de fundo a indicação de um nome do partido para a sucessão de Haddad, ganhou contornos de crise quando um grupo ligado a José Aníbal, suplente do senador José Serra, recorreu ao comando estadual para contestar a eleição da executiva municipal em um processo conduzido pelo presidente do diretório paulistano, o vereador Mário Covas Neto, tido como fiador das pretensões do vereador Andrea Matarazzo de concorrer a prefeito. Aníbal, que também tem interesse no cargo, alega irregularidades na eleição da executiva municipal.
"A pressão é para evitar que Matarazzo seja o candidato. Esse é o tipo de raciocínio que pode nos levar à derrota em 2016", afirma Covas Neto, que nega a preferência pelo colega de bancada. Em reunião na semana passada, o deputado estadual Carlos Pignatari - escolhido relator do recurso - apresentou um parecer favorável ao vereador. No entanto, o presidente do PSDB paulista, deputado Pedro Tobias, suspendeu o encontro antes que a executiva colocasse em votação o parecer de Pignatari.
"Não trataremos do assunto até que o clima esteja pacificado", diz Tobias, que pediu às lideranças tucanas no Estado - o governador Geraldo Alckmin e os senadores Serra e Aloysio Nunes Ferreira - que intermediassem o conflito, indicando o candidato da legenda.
Outra cotada, Marta tem tido dificuldade em entrar em sintonia com o PSB. As exigências da senadora - como a garantia de que o partido seja responsável por viabilizar a maior parte dos recursos da campanha - e a aproximação com o PMDB irritaram dirigentes do PSB, que cogitam a possibilidade de apoiar outro partido. Ex-prefeita, Marta acredita que o PMDB pode lhe garantir melhor estrutura, como maior tempo de TV.
Com popularidade baixa, Haddad trabalha para evitar a debandada de aliados, como o PMDB, que conversa com Marta e ameaça com candidatura própria. "É fundamental que o PMDB esteja conosco para termos êxito", diz Jorge Coelho, vice-presidente nacional do PT. "Precisamos fazer uma campanha cirúrgica em São Paulo, quadra por quadra, rua por rua, muito organizada, com boa aliança. Só um bom marketing não vai resolver", diz o dirigente. Haddad planeja oito encontros com a militância, entre agosto e outubro, para fazer um balanço da gestão e buscar apoio de seu próprio partido.
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