• Chapa seria uma reação ao rompimento do PMDB fluminense com Dilma
Marcelo Remigio - O Globo
A decisão do PMDB fluminense de votar majoritariamente a favor do desembarque do governo da presidente Dilma Rousseff já respinga nas eleições municipais deste ano no Rio. Como reação, a direção regional do PT admitiu ontem que poderá lançar candidatura própria na capital, deixando de apoiar o peemedebista Pedro Paulo Carvalho. Os petistas estudam como opção compor uma chapa com o PCdoB. Estão cotados para entrar na disputa os deputados federais Wadih Damous (PT) e Jandira Feghali (PCdoB).
O rompimento do PMDB-RJ com Dilma — o diretório era, até então, o mais fiel à presidente — complicará a situação da petista no plenário da Câmara, caso o processo de impeachment seja admitido pela comissão especial. A bancada do Rio é a maior da legenda e soma 12 parlamentares. Wadih e Jandira têm se destacado no Congresso na defesa de Dilma.
— Nossa aliança com o PMDB é baseada na estabilidade do governo Dilma e na construção de um projeto de retorno do ex-presidente Lula em 2018. O PT não pretende romper a aliança. Mas se ela for rompida por parte do PMDB, claro que haverá mudança de posição nas eleições municipais — afirmou ontem o presidente do PT fluminense, Washington Quaquá. — Uma solução é a aliança com o PCdoB: Wadih e Jandira ou Jandira e Wadih. Mas vamos aguardar o desfecho da relação nacional com o PMDB.
Em uma eventual aliança com o PCdoB, os petistas buscariam compor uma coligação que reunisse toda a esquerda, para fazer frente ao candidato do prefeito Eduardo Paes. O PT chegou a conversar com o PSOL, que tem como pré-candidato o deputado estadual Marcelo Freixo. Mas o entendimento não avançou.
— O PSOL tem tido uma postura muito exclusivista, como se fosse a última maçã do paraíso — critica Quaquá.
A votação sobre o desembarque do governo Dilma acontecerá na terça-feira, durante reunião do diretório nacional do PMDB. Procurado pelo GLOBO, Pedro Paulo não comentou a reação do PT.
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