- O Estado de S.Paulo
Aliados de Lula vão usar a marcação do julgamento do recurso do ex-presidente em segunda instância para 24 de janeiro e os movimentos combinados de enfraquecimento da Lava Jato para intensificar o discurso de que a operação se transformou exclusivamente numa perseguição política ao petista para inviabilizar sua candidatura.
Petistas e aliados vão martelar nas redes sociais, nas tribunas e nos diretórios do partido que o processo contra Lula foi o de mais rápida tramitação entre todos os da Lava Jato julgados pela 8.ª Turma do TRF (Tribunal Regional Federal) da 4.ª Região, que analisa em segunda instância os processos de Curitiba.
A defesa de Lula também prepara recursos para questionar se houve quebra da ordem cronológica de tramitação das apelações na corte.
Enquanto isso, a ordem é apontar uma articulação do PMDB para “estancar a sangria”, como disse Romero Jucá na gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
Entrarão nesse discurso a nomeação de Fernando Segovia para a direção-geral da Polícia Federal – e a paulatina troca de comando em postos-chave da PF – e a atuação de Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República.
“O objetivo da Lava Jato era inviabilizar o Lula. A ordem agora é tentar tirá-lo do jogo e depois passar a régua”, diz um aliado do ex-presidente, mostrando qual será a tônica do discurso daqui para a frente.
A ordem é fazer uma “mobilização permanente” até 24 de janeiro, data marcada para o julgamento de Lula no TRF-4.
ONDE PEGA
MPF diz que delação de Palocci carece de provas
Um dos fatores que empacam o fechamento e posterior homologação da delação de Antonio Palocci é o que procuradores descrevem como “anexos Google”: o ex-ministro estaria apenas apresentando a corroboração de histórias já conhecidas, sem provas que as endossem.
ANTIGO REGIME
Investigação sobre time de Janot não deve avançar
Não há na Procuradoria-Geral da República clima de revanchismo contra Rodrigo Janot e auxiliares. A tendência é que sejam abertos procedimentos disciplinares contra Janot e Eduardo Pelella, mas que não resultarão em sanções como recomendadas pela CPI da JBS.
PREVIDÊNCIA
Jucá defende votação já, mesmo que “para perder”
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), defende que a votação da reforma da Previdência mesmo sem garantia dos 308 votos na Câmara dos Deputados, para “mostrar quem está com o governo”. Em caso de derrota, ele admite que não haverá espaço para uma nova tentativa de votação em 2018. “Nesse caso, sugiro que o Michel embrulhe a reforma para presente e entregue aos candidatos a presidente no ano que vem.”
TUDO OU NADA
Sem reforma, aliados veem candidatura Meirelles ruir
Aliados de Temer estranham a “timidez” do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, na fase decisiva da negociação da reforma – inclusive para pressionar pelo fechamento de questão de seu partido, o PSD. Dizem que ele deveria ter montado um gabinete na Câmara e trabalhar ativamente pelo texto porque, sem sua aprovação, sua pré-candidatura à Presidência não chega viva a 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário