Deputado estadual Comte Bittencourt é escolhido por ex-prefeito para sua chapa ao governo. Vaga era desejada por partidos como Solidariedade e PP
Marco Grillo e Igor Mello | O Globo
O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM) anunciou ontem que seu vice na chapa que disputará o governo do estado em outubro será o deputado estadual Comte Bittencourt (PPS). Paes e Bittencourt apareceram ontem no Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Niterói, ao lado de suas mulheres para anunciar a decisão. Na ocasião, estavam acompanhados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do deputado Sérgio Zveiter (DEM), suplente de Cesar Maia na disputa pelo Senado.
O convite a Comte foi feito por Paes na tarde de sábado. Outros partidos, como o PP e o Solidariedade, também pretendiam indicar o vice, mas o ex-prefeito deixou claro ao longo das negociações que a escolha do companheiro de chapa seria de sua cota pessoal.
— O Comte é uma escolha do meu coração. Consultei todos os partidos da aliança, conversei com prefeitos, deputados e todos foram unânimes em apoiar — disse Paes.
O PPS oficializou o apoio a Paes na última quarta-feira. Comte, que é presidente estadual do partido, havia colocado dois nomes à disposição para o posto: o antropólogo Rubem César Fernandes, que desistiu da candidatura, e o babalaô Ivan ir dos Santos.
— Pelo trabalho realizado na prefeitura, por suas obras, pela gestão e transparência, o PPS sabia que se não optasse pela candidatura própria, o Eduardo seria o melhor nome para o governo do Estado — disse Comte.
Eleito vice-prefeito de Rodrigo Neves (PDT) em Niterói, em 2016, o deputado estadual manobrou para não assumir o cargo.
Comte havia se tornado vice de Neves, que buscava a reeleição, depois que o nome escolhido originalmente pelo prefeito — Axel Grael (PV) — foi considerado inelegível pela Justiça. Com pouco tempo para uma mudança, Comte aceitou substituí-lo, apesar de não ser um aliado de primeira hora de Neves.
VICE AUSENTE
Embora eleito, Comte não tomou posse em janeiro de 2017. Na Câmara de Vereadores de Niterói, ele alegou que o decreto de calamidade financeira do governo estadual configurava “motivo de força maior”, pressuposto da lei orgânica do município, para suspender aposse até 31 de dezembro daquele ano.
Nos bastidores, porém, a manobra teve motivos políticos. Apesar de ter feito parte da coligação que reelegeu Rodrigo Neves, o PP S tinha pouco espaço em seu governo. Assim, só interessava a Com te ocupar o cargo coma garantia de que o prefeito de Niterói renunciaria par atentar se eleger governador neste ano. Neves acabou desistindo de concorrer ao Palácio Guanabara. A decisão fez Comte anunciar definitivamente, em dezembro de 2017, que não assumiria oposto de vice-prefeito, permanecendo como deputado estadual.
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