Presidenciável pedetista tentou até o último minuto fechar aliança com o PCdoB e ter Manuela D ´ Ávila no posto
Catarina Alencastro | O Globo
BRASÍLIA / A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) foi escolhida para ser vice na chapa do candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes. Ela tinha recebido o convite oficial do partido na última quinta-feira, quando foi chamada para uma reunião de emergência da campanha no Rio de Janeiro. O partido ainda tentava até o último minuto conquistar alianças para o projeto presidencial de Ciro, e nutria esperanças de que o PCdoB pudesse aderir à candidatura do PDT e indicar Manuela D'Ávila para o posto.
— Fui convidada na quinta-feira, mas ainda estávamos lutando até o último minuto por alianças. Quando me chamaram eu disse que seria uma honra, e que tudo o que puder fazer para somar, estou dentro— disse Kátia ao GLOBO.
A senadora, que já foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e ministra da Agricultura disse que foi chamada às pressas pelo presidente do PDT, Carlos Lupi, na noite de anteontem para vira Brasília. Ela estava em Palmas coma família e teve que se ausentar da convenção que ocorreu ontem, em Tocantins, para oficializara candidatura do seu filho, Irajá Abreu, para o Senado. O anúncio oficial da chapa com Ciro será feita hoje, em Brasília.
Ao lado dela, o presidenciável pretende atenuara pecha de machista que ganhou nos últimos anos, principalmente depois de ter dito que o papel de sua então mulher Patrícia Pillar na campanha de 2002 era dormir com ele. Dados da Justiça Eleitoral mostram que 52% do eleitorado brasileiro é formado por mulheres.
Outro ativo de Kátia é sua entrada no mundo rural, setor responsável por grande parte do PIB nacional. Com esse movimento, Ciro espera conquistar um eleitor mais de centro, ligado à atividade econômica que abrange sobretudo as regiões Centro-Oeste e Sul. O ponto negativo é que a senadora é alvo de um inquérito no âmbito da Lava- Jato por ter supostamente recebido, via caixa dois, repasses de R$ 500 mil da Odebrecht para sua campanha ao Senado. Em seus discursos, Ciro tem propagado que em 38 anos de vida pública nunca cometeu desvios éticos.
O pedetista terá agora o desafio de fazer campanha com apenas 40 segundos no horário eleitoral. A interferência do PT foi decisiva para impedir que Ciro fechasse aliança com o PSB. No último sábado, o presidenciável ainda teve que reagira um ataque especulativo petista, que levantou a possibilidade dele servi cena chapa encabeçada até agora pelo ex-presidente Lula.
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