Folha de S. Paulo
Iminência de uma reforma ministerial aguçou o
apetite no Congresso
Expoentes do centrão fizeram chegar ao
Palácio do Planalto reivindicações
para um novo ministério de Lula com a promessa de um armistício nos
últimos dois anos de seu mandato.
A lista inclui postos estratégicos, como o
ministério do Bolsa Família e o responsável pelas nomeações e distribuição de
emendas.
Leia-se "Lula tem que
substituir ministros", alguns dos quais gosta, em nome da governabilidade—quiçá de uma aliança para 2026. O critério das indicações nem sempre é dos
mais meritocráticos.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é um dos indicados. Para ele, reivindicam o Ministério da Agricultura. Uma das justificativas é que Lira daria menos dor de cabeça dentro do governo do que de volta à planície do Congresso.
Defensores da nomeação acenam com a
perspectiva de neutralidade de seu partido na corrida presidencial. O PP já foi
agraciado com um ministério (Esportes) e a Caixa Econômica Federal. Ainda
assim, está na oposição. Mas pode vir a ser neutro se Lira for nomeado.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro,
teria de ser demitido para acomodar Lira. Ele é apontado como um dos queridos
de Lula. Só que a bancada de seu partido, o PSD, já o rifou e
pleiteia o Ministério do Desenvolvimento Social para seu líder, Antonio Brito.
Simpatizantes da ideia alegam que um dos sonhos de Brito é comandar a pasta,
encarregada pelas políticas sociais e, por isso, cara ao PT.
Assim como no caso de Lira, parlamentares
defendem que o presidente do Senado, Rodrigo
Pacheco (PSD-MG), seja prestigiado após deixar o cargo. Especialmente
se decidir disputar o governo de Minas Gerais. Para Pacheco, propõem o
Ministério de Minas e Energia.
Pacheco e seu potencial sucessor, Davi
Alcolumbre (União Brasil-AP),
informaram o governo que não se sentem mais representados por Alexandre
Silveira na pasta de Minas e Energia —com quem travam disputa por agências
reguladoras do setor.
Silveira é apontado como um dos favoritos de
Lula. Mas a iminência de uma reforma ministerial aguçou o apetite no Congresso.
Lula terá que encarar ou demitir ministros por um pouco de paz em 2025.
Houve boatos de que, com o novo comando do
Congresso, o presidente estaria na melhor. Se isso é estar na melhor...
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