Jarbas de Holanda
A disputa final para a eleição do prefeito de São Paulo entre Gilberto Kassab e Marta Suplicy deverá envolver um empenho pessoal menor – ao invés de mais intenso, como se programava e previa antes – do presidente Lula em favor da candidata do PT. O favoritismo ganho por Kassab na fase final do 1º turno e com os apoios partidários (PSDB, PPS e provavelmente PTB) que está recebendo, aumentou significativamente o risco de que uma derrota de Marta, no contexto de acirrado confronto dele com o governador José Serra, constitua fator de sério desgaste de sua imagem política e eleitoral. Desgaste que ele poderá atenuar com menor envolvimento nesta campanha, de par com a concentração de esforços, na Grande São Paulo, na de Luís Marinho, em São Bernardo do Campo, e nas de seus candidatos em Santo André e Guarulhos, cujas vitórias compensariam ao menos parte do insucesso petista na capital.
A esse tipo de risco se somam duas outras variáveis como principais condicionantes para um papel mais cuidadoso e contido de Lula no 2º turno: a contraposição entre finalistas de partidos da base governista, especialmente PT e PMDB, como em Salvador e Porto Alegre (mesmo que os peemedebistas gaúchos tenham postura de oposição ao governo federal), e os reflexos, crescentes, da crise financeira internacional, pelo que passam a representar de ameaça para a economia em 2009 e para o projeto sucessório de Lula em 2010, riscos que serão usados para proteger o presidente das pressões eleitorais de aliados, sobretudo de petistas.
E a tais variáveis se agregam embaraços que mantêm ou forçam o distanciamento de Lula dos dois outros embates, ao lado do de São Paulo, mais importantes do 2º turno: em Belo Horizonte, porque ele não quer reiterar nem pode mudar o apoio que deu no 1º turno ao candidato da aliança PSB-PT-PSDB, Márcio Lacerda; e no Rio, porque resiste a rever a forte antipatia que sente por Eduardo Paes, do PMDB de Sérgio Cabral , em face da agressiva atuação oposicionista que, como deputado, ele teve no processo do mensalão.
A contenção do presidente agora – por esses motivos, e também por avaliação que deve ter feito (com base nos resultados gerais do 1º turno) das limitações de seu poder de transferência de prestígio ou votos – esvazia em boa parte ou amortece o preparo de uma onda ou maré vermelha lulista para ser deflagrada entre os dois turnos do pleito municipal. Na perspectiva de vitórias emblemáticas na capital paulista e em Porto Alegre e da influência delas em todo o Centro-Sul, bem como com o objetivo de turbinar a força do lulismo nas demais regiões.
A respeito da crise, enquanto de um lado o presidente Lula mistura algumas manifestações de preocupação séria com o problema à insistente retórica de palanque contra “pacotes dos governos anteriores” e o FMI e para desqualificá-la como “marolinhas”, de outro lado, o Banco Central adota várias ações para reduzir o estrangulamento do crédito externo e tentar conter a disparada do dólar. Mas medidas de maior abrangência destinadas à preservação em 2009 do equilíbrio fiscal (impostas por um contexto em que a receita de crescimento bem menor será insuficiente para atender à expansão dos gastos com a máquina federal e com programas assistencialistas, exacerbada sobretudo neste ano eleitoral), tais medidas – do próprio Executivo e dependentes do Congresso – só serão tornadas públicas e desencadeadas após o 2º turno, a partir de novembro. Como antecipação de sacrifícios econômicos e sociais que Lula procurará limitar no máximo a 12 meses, a fim de poder voltar ao “nunca antes neste país tivemos tanto crescimento e tantos benefícios sociais”, ao longo do 2010 decisivo para sua sucessão.
A disputa final para a eleição do prefeito de São Paulo entre Gilberto Kassab e Marta Suplicy deverá envolver um empenho pessoal menor – ao invés de mais intenso, como se programava e previa antes – do presidente Lula em favor da candidata do PT. O favoritismo ganho por Kassab na fase final do 1º turno e com os apoios partidários (PSDB, PPS e provavelmente PTB) que está recebendo, aumentou significativamente o risco de que uma derrota de Marta, no contexto de acirrado confronto dele com o governador José Serra, constitua fator de sério desgaste de sua imagem política e eleitoral. Desgaste que ele poderá atenuar com menor envolvimento nesta campanha, de par com a concentração de esforços, na Grande São Paulo, na de Luís Marinho, em São Bernardo do Campo, e nas de seus candidatos em Santo André e Guarulhos, cujas vitórias compensariam ao menos parte do insucesso petista na capital.
A esse tipo de risco se somam duas outras variáveis como principais condicionantes para um papel mais cuidadoso e contido de Lula no 2º turno: a contraposição entre finalistas de partidos da base governista, especialmente PT e PMDB, como em Salvador e Porto Alegre (mesmo que os peemedebistas gaúchos tenham postura de oposição ao governo federal), e os reflexos, crescentes, da crise financeira internacional, pelo que passam a representar de ameaça para a economia em 2009 e para o projeto sucessório de Lula em 2010, riscos que serão usados para proteger o presidente das pressões eleitorais de aliados, sobretudo de petistas.
E a tais variáveis se agregam embaraços que mantêm ou forçam o distanciamento de Lula dos dois outros embates, ao lado do de São Paulo, mais importantes do 2º turno: em Belo Horizonte, porque ele não quer reiterar nem pode mudar o apoio que deu no 1º turno ao candidato da aliança PSB-PT-PSDB, Márcio Lacerda; e no Rio, porque resiste a rever a forte antipatia que sente por Eduardo Paes, do PMDB de Sérgio Cabral , em face da agressiva atuação oposicionista que, como deputado, ele teve no processo do mensalão.
A contenção do presidente agora – por esses motivos, e também por avaliação que deve ter feito (com base nos resultados gerais do 1º turno) das limitações de seu poder de transferência de prestígio ou votos – esvazia em boa parte ou amortece o preparo de uma onda ou maré vermelha lulista para ser deflagrada entre os dois turnos do pleito municipal. Na perspectiva de vitórias emblemáticas na capital paulista e em Porto Alegre e da influência delas em todo o Centro-Sul, bem como com o objetivo de turbinar a força do lulismo nas demais regiões.
A respeito da crise, enquanto de um lado o presidente Lula mistura algumas manifestações de preocupação séria com o problema à insistente retórica de palanque contra “pacotes dos governos anteriores” e o FMI e para desqualificá-la como “marolinhas”, de outro lado, o Banco Central adota várias ações para reduzir o estrangulamento do crédito externo e tentar conter a disparada do dólar. Mas medidas de maior abrangência destinadas à preservação em 2009 do equilíbrio fiscal (impostas por um contexto em que a receita de crescimento bem menor será insuficiente para atender à expansão dos gastos com a máquina federal e com programas assistencialistas, exacerbada sobretudo neste ano eleitoral), tais medidas – do próprio Executivo e dependentes do Congresso – só serão tornadas públicas e desencadeadas após o 2º turno, a partir de novembro. Como antecipação de sacrifícios econômicos e sociais que Lula procurará limitar no máximo a 12 meses, a fim de poder voltar ao “nunca antes neste país tivemos tanto crescimento e tantos benefícios sociais”, ao longo do 2010 decisivo para sua sucessão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário