Villas-Bôas Corrêa
DEU NO JORNAL DO BRASIL
Com a natural empolgação dos vitoriosos no primeiro turno e o contraste com o abatimento dos derrotados, não sobrou um palmo de serenidade na inundação de entrevistas, palpites e previsões da cobertura maciça das redes de televisão para o encaixe de uma análise, ainda que superficial, sobre o cenário fosco do segundo turno, espremido entre três semanas de articulação de alianças e de debates já anunciados por jornais, revistas e TVs.
Há muitas novidades a examinar na mudança da água para o champanhe do desmoralizante desperdício de tempo e dinheiro dos ridículos e milionários programas gratuitos de propaganda eleitoral no primeiro turno, especialmente de candidatos ao maná de uma vereança e o mano a mano entre os finalistas a prefeito em 29 cidades, para a decisão pelo voto de mais de 26 milhões de eleitores.
Com menos e mais qualificados candidatos, a propaganda na TV e no rádio será intensa e comprimida, com cada concorrente dispondo de dez minutos, em cada um dos dois programas diários. E cada candidato ganhará o mimo de mais 15 minutos diários para inserções de até um minuto na programação das emissoras.
Não é apenas no enxugamento de candidatos e o melhor nível dos que passaram pela peneira do voto que deve ser analisado o contraste que já se vislumbra na agitada corrida pelo voto.
Para o governo, do presidente Lula ao seu candidato ao mais desfavorecido dos municípios, a visão que se vai desenhando é turva, com manchas dos respingos da crise que esmurra a porta e pede passagem.
E o desempenho escapista e sinuoso do presidente abre furos no seu escudo de proteção e expõe o risco dos seus equívocos. Lula tentou afugentar a crise com a arrogância das suas afirmações categóricas. E que, com a cambalhota do mundo, rolam pelo tapete do ridículo. Ditas e repetidas à exaustão; com a impostação da soberba de que a crise dos Estados Unidos, que se espalhava pelos mercados mundiais, se chegasse ao Brasil seria quase imperceptível. Quando a imperceptível inchou, Lula subiu meio-tom na imodéstia, para admitir que se o tsunami "chegar aqui, vai ser uma marolinha".
Três semanas de campanha é um prazo curto para inverter a tendência de voto do eleitorado que fez a sua cabeça nos meses de envolvimento pela eleição que passa pela sua porta e mexe com a sua vida.
O segundo turno pega o carro em disparada de ladeira a baixo. Já há espaço para especular sobre as vantagens e desvantagens da presença do maior presidente, etc. e tal, com o fantasma da crise derrubando o preço nas feiras e mercados e reabrindo a discussão sobre o delírio de gastança do governo deslumbrado com os índices recordistas de popularidade, o perdulário do inchaço da burocracia com o maior ministério de todos os tempos, com pastas e secretarias que não resistem à cobrança sobre a sua eficiência.
A pavimentação da passarela para o desfile da eleição da ministra-candidata Dilma Rousseff para guardar a cadeira presidencial para a volta de Lula em 2014 ou 2018 terá que passar pelo enxugamento do PAC, para os ajustes impostos por uma crise que apenas começa com o pé no acelerador.
E se Lula baixar à Terra para um segundo de reflexão não necessita de melhor conselho do que a do eleitorado do Rio Grande do Norte, na dose dupla dos resultados de Natal e de Mossoró. Indignado com a atuação parlamentar do senador José Agripino Maia, líder da bancada do DEM, Lula ameaçou participar da campanha em Natal para derrotar o adversário, apoiando a candidatura de Fátima Bezerra, do PT. E cumpriu o prometido para cair da montaria. A prefeita eleita no primeiro turno, jornalista Micária de Sousa, do PV, legenda até aqui sem maior expressão no Estado, foi apoiada pelo senador José Agripino Maia.
Lições da vida que poucos aprendem.
DEU NO JORNAL DO BRASIL
Com a natural empolgação dos vitoriosos no primeiro turno e o contraste com o abatimento dos derrotados, não sobrou um palmo de serenidade na inundação de entrevistas, palpites e previsões da cobertura maciça das redes de televisão para o encaixe de uma análise, ainda que superficial, sobre o cenário fosco do segundo turno, espremido entre três semanas de articulação de alianças e de debates já anunciados por jornais, revistas e TVs.
Há muitas novidades a examinar na mudança da água para o champanhe do desmoralizante desperdício de tempo e dinheiro dos ridículos e milionários programas gratuitos de propaganda eleitoral no primeiro turno, especialmente de candidatos ao maná de uma vereança e o mano a mano entre os finalistas a prefeito em 29 cidades, para a decisão pelo voto de mais de 26 milhões de eleitores.
Com menos e mais qualificados candidatos, a propaganda na TV e no rádio será intensa e comprimida, com cada concorrente dispondo de dez minutos, em cada um dos dois programas diários. E cada candidato ganhará o mimo de mais 15 minutos diários para inserções de até um minuto na programação das emissoras.
Não é apenas no enxugamento de candidatos e o melhor nível dos que passaram pela peneira do voto que deve ser analisado o contraste que já se vislumbra na agitada corrida pelo voto.
Para o governo, do presidente Lula ao seu candidato ao mais desfavorecido dos municípios, a visão que se vai desenhando é turva, com manchas dos respingos da crise que esmurra a porta e pede passagem.
E o desempenho escapista e sinuoso do presidente abre furos no seu escudo de proteção e expõe o risco dos seus equívocos. Lula tentou afugentar a crise com a arrogância das suas afirmações categóricas. E que, com a cambalhota do mundo, rolam pelo tapete do ridículo. Ditas e repetidas à exaustão; com a impostação da soberba de que a crise dos Estados Unidos, que se espalhava pelos mercados mundiais, se chegasse ao Brasil seria quase imperceptível. Quando a imperceptível inchou, Lula subiu meio-tom na imodéstia, para admitir que se o tsunami "chegar aqui, vai ser uma marolinha".
Três semanas de campanha é um prazo curto para inverter a tendência de voto do eleitorado que fez a sua cabeça nos meses de envolvimento pela eleição que passa pela sua porta e mexe com a sua vida.
O segundo turno pega o carro em disparada de ladeira a baixo. Já há espaço para especular sobre as vantagens e desvantagens da presença do maior presidente, etc. e tal, com o fantasma da crise derrubando o preço nas feiras e mercados e reabrindo a discussão sobre o delírio de gastança do governo deslumbrado com os índices recordistas de popularidade, o perdulário do inchaço da burocracia com o maior ministério de todos os tempos, com pastas e secretarias que não resistem à cobrança sobre a sua eficiência.
A pavimentação da passarela para o desfile da eleição da ministra-candidata Dilma Rousseff para guardar a cadeira presidencial para a volta de Lula em 2014 ou 2018 terá que passar pelo enxugamento do PAC, para os ajustes impostos por uma crise que apenas começa com o pé no acelerador.
E se Lula baixar à Terra para um segundo de reflexão não necessita de melhor conselho do que a do eleitorado do Rio Grande do Norte, na dose dupla dos resultados de Natal e de Mossoró. Indignado com a atuação parlamentar do senador José Agripino Maia, líder da bancada do DEM, Lula ameaçou participar da campanha em Natal para derrotar o adversário, apoiando a candidatura de Fátima Bezerra, do PT. E cumpriu o prometido para cair da montaria. A prefeita eleita no primeiro turno, jornalista Micária de Sousa, do PV, legenda até aqui sem maior expressão no Estado, foi apoiada pelo senador José Agripino Maia.
Lições da vida que poucos aprendem.
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