Gerson Camarotti
DEU EM O GLOBO
Após uma semana de indefinição, os senadores do PT mantiveram sua posição sobre a crise no Senado: sugerir o afastamento temporário do presidente da Casa, José Sarney, mas só se ele, "num gesto de grandeza", assim o quiser.
PT recua e diz agora que decisão é de Sarney
O CONGRESSO MOSTRA SUAS ENTRANHAS: "A bancada se sente respeitada pelo presidente Lula em sua autonomia", diz nota
DEU EM O GLOBO
Após uma semana de indefinição, os senadores do PT mantiveram sua posição sobre a crise no Senado: sugerir o afastamento temporário do presidente da Casa, José Sarney, mas só se ele, "num gesto de grandeza", assim o quiser.
PT recua e diz agora que decisão é de Sarney
O CONGRESSO MOSTRA SUAS ENTRANHAS: "A bancada se sente respeitada pelo presidente Lula em sua autonomia", diz nota
Bancada do partido no Senado sugere afastamento temporário, mas ressalta que cabe ao presidente da Casa resolver
BRASÍLIA. Depois de uma semana de indefinição, a bancada do PT no Senado se reuniu ontem, mas manteve a posição ambígua em relação ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Diante do racha interno na bancada e da pressão direta do presidente Lula, os senadores petistas não declararam apoio a Sarney. Mas também evitaram entrar no tiroteio contra o senador.
Em busca de uma saída honrosa, os petistas divulgaram uma nota oficial em que reafirmam que o ideal seria o afastamento temporário de Sarney, mas ressaltam que só ele pode tomar essa decisão.
Nota lida por Mercadante reafirma a dubiedade do PT
Na nota, os senadores petistas ressaltaram que não abdicaram de suas posições individuais, e que a "bancada se sente respeitada pelo presidente Lula em sua autonomia". No texto, lido em plenário e na presença de Sarney pelo líder da bancada, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), foram reafirmados os gestos dúbios do partido feitos na semana passada.
"A bancada dos senadores, ao longo de toda a discussão sobre a crise no Senado, manteve sua posição: a de sugerir que, num gesto de grandeza e de garantia à credibilidade das investigações, o senador José Sarney se licenciasse temporariamente, para que o Senado pudesse aprofundar as investigações e construir propostas de solução para os problemas encontrados. Admite, no entanto - como o fez a maioria dos partidos da Casa - que a licença é uma decisão a ser tomada pelo senador", diz a nota do PT.
Marina Silva tentou fazer texto em tom mais duro
Segundo senadores petistas, a reunião teve momentos de tensão. A senadora Marina Silva (PT-AC) tentou fazer uma nota em tom mais duro contra Sarney. Mas foi contida pela líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC). Houve propostas para que se evitasse até mesmo a reunião. Mas, pressionado por um grupo de senadores, Mercadante manteve o encontro.
A nota desagradou à cúpula do partido. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), chegou a afirmar que a posição da direção era pela manutenção de Sarney no comando da Casa.
- Tomamos uma posição que não agradou a ninguém: nem ao presidente Lula, nem ao PMDB, nem a Sarney e nem à opinião pública - resumiu o senador Tião Viana (PT-AC).
Ideli Salvatti tentou minimizar a indefinição do PT:
- Não é justo dizer que não decidimos nada. Existe uma proposta concreta de várias medidas administrativas propostas pelo PT.
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