DEU EM O GLOBO
Deputados entram com representações na Procuradoria Geral da República para investigar denúncias contra diretor e Erenice
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA e SÃO PAULO. A oposição pediu ontem à Procuradoria Geral da República (PGR) que apure as denúncias contra o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras, Valter Cardeal, e aprofunde as apurações sobre a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que já foi alvo de uma primeira representação de PSDB e DEM. Nas duas representações de ontem, a oposição diz que “todas as condutas criminosas possuem, em sua gênese, estrito vínculo com a candidata Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia e, posteriormente, ministra da Casa Civil”.
Acompanhado de sete parlamentares, o líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), disse que as denúncias apontam a existência de diferentes “balcões de negócio” no governo Lula: — As evidências são de que existem balcões de negócio controlados por Erenice e agora, também, controlado no sistema elétrico, na Eletrobras, pelo senhor Cardeal. São duas pessoas da mais absoluta confiança de Dilma, que as escolheu e que vem lhes dando proteção.
Na primeira representação enviada ao Ministério Público Federal, PSDB e DEM pedem a apuração da denúncia publicada pela revista “Época”, de suposto envolvimento de Cardeal em fraude envolvendo o banco alemão KfW. Segundo a denúncia, o KfW procura reparação na Justiça, alegando que teriam sido dadas garantias fraudulentas para que duas empresas privadas obtivessem empréstimo de 157 milhões de euros, a fim de construir sete usinas de biomassa e de geração de energia no Rio Grande do Sul. O banco acusa Cardeal — presidente do conselho de administração da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) — de saber das irregularidades.
Almeida lembrou que Cardeal foi citado na Operação Navalha, da Polícia Federal, e que o Ministério Público pediu seu afastamento da estatal por isso, sugestão não aceita pelo governo Lula. Ele lembrou ainda que, segundo reportagens, o irmão de Valter, Edgar Cardeal, oferece serviços a empresas com negócios no setor que o irmão coordena. Faziam parte do grupo os deputados tucanos Luiz Carlos Hauly (PR), Otávio Leite (RJ) e Rita Camata (ES).
A Eletrosul informou ontem, em nota, que não tem parceria com a Energias Complementares do Brasil, empresa que contratou Edgar Cardeal para viabilizar um empreendimento de energia eólica em Pinheiro Machado (RS). A prefeitura do município confirmou que a suposta parceria foi discutida, mas não prosperou devido à resistência de um fazendeiro local.
Colaborou: Leila Suwwan
Deputados entram com representações na Procuradoria Geral da República para investigar denúncias contra diretor e Erenice
Cristiane Jungblut
BRASÍLIA e SÃO PAULO. A oposição pediu ontem à Procuradoria Geral da República (PGR) que apure as denúncias contra o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras, Valter Cardeal, e aprofunde as apurações sobre a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que já foi alvo de uma primeira representação de PSDB e DEM. Nas duas representações de ontem, a oposição diz que “todas as condutas criminosas possuem, em sua gênese, estrito vínculo com a candidata Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia e, posteriormente, ministra da Casa Civil”.
Acompanhado de sete parlamentares, o líder do PSDB na Câmara, João Almeida (BA), disse que as denúncias apontam a existência de diferentes “balcões de negócio” no governo Lula: — As evidências são de que existem balcões de negócio controlados por Erenice e agora, também, controlado no sistema elétrico, na Eletrobras, pelo senhor Cardeal. São duas pessoas da mais absoluta confiança de Dilma, que as escolheu e que vem lhes dando proteção.
Na primeira representação enviada ao Ministério Público Federal, PSDB e DEM pedem a apuração da denúncia publicada pela revista “Época”, de suposto envolvimento de Cardeal em fraude envolvendo o banco alemão KfW. Segundo a denúncia, o KfW procura reparação na Justiça, alegando que teriam sido dadas garantias fraudulentas para que duas empresas privadas obtivessem empréstimo de 157 milhões de euros, a fim de construir sete usinas de biomassa e de geração de energia no Rio Grande do Sul. O banco acusa Cardeal — presidente do conselho de administração da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) — de saber das irregularidades.
Almeida lembrou que Cardeal foi citado na Operação Navalha, da Polícia Federal, e que o Ministério Público pediu seu afastamento da estatal por isso, sugestão não aceita pelo governo Lula. Ele lembrou ainda que, segundo reportagens, o irmão de Valter, Edgar Cardeal, oferece serviços a empresas com negócios no setor que o irmão coordena. Faziam parte do grupo os deputados tucanos Luiz Carlos Hauly (PR), Otávio Leite (RJ) e Rita Camata (ES).
A Eletrosul informou ontem, em nota, que não tem parceria com a Energias Complementares do Brasil, empresa que contratou Edgar Cardeal para viabilizar um empreendimento de energia eólica em Pinheiro Machado (RS). A prefeitura do município confirmou que a suposta parceria foi discutida, mas não prosperou devido à resistência de um fazendeiro local.
Colaborou: Leila Suwwan
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