Governador defende candidatura do tucano; serrista diz que a chance é "zero"
Gerson Camarotti
BRASÍLIA. O governador tucano Geraldo Alckmin (SP) defendeu com ênfase, ontem, a candidatura do ex-governador José Serra à prefeitura de São Paulo em 2012. Cresce no PSDB a avaliação de que o nome de Serra é o único capaz de aglutinar os aliados no próximo ano e neutralizar o atual prefeito paulistano, Gilberto Kassab, que deixou o DEM para fundar um novo partido, o PSD, rumo à base do governo Dilma Rousseff.
- O Serra é o candidato mais expressivo. Dos nomes do nosso grupo, é o melhor. Sem dúvida - disse Alckmin, após participar da sessão do Senado em homenagem aos dez anos da morte de Mário Covas.
Questionado sobre a resistência de José Serra a sair candidato a prefeito em 2012, ele ficou em silêncio. Alckmin também foi perguntado sobre a decisão de Kassab de deixar um partido de oposição para aderir à base do governo Dilma. Diante da saia justa, o governador tucano foi irônico em relação ao comportamento de Kassab e às consequências para a oposição.
- Lembro-me de Santo Antônio de Pádua: quando não puder falar bem, não diga nada - disse Alckmin.
Serra não comenta declarações do governador
Serra e Alckmin saíram juntos do Planalto, mas o ex-governador paulista não quis comentar as declarações de seu sucessor- que pegaram de surpresa o grupo de Serra no Congresso. E também desagradaram. Um integrante do grupo serrista chegou a classificar de "zero" a chance de Serra disputar a eleição municipal de 2012.
Esse interlocutor lembrou que durante essa eventual campanha Serra seria insistentemente cobrado por ter deixado o mandato da prefeitura pela metade, em 2006, quando saiu para disputar o Palácio dos Bandeirantes. Mas o pior mesmo é que o ex-governador ficaria imobilizado na prefeitura, sem chance de disputar a sucessão presidencial de 2014.
Diante dos atritos entre o grupo de Serra e do senador Aécio Neves (PSDB-MG) pelo comando do partido, Alckmin também defendeu a criação de um colegiado para definir os rumos na legenda. O atual presidente do partido, deputado Sérgio Guerra (PE), irá disputar a reeleição em maio. Mas Serra deu demonstrações internas de que gostaria de ser o presidente do PSDB. Diante do impasse, cresce a articulação para se criar esse colegiado.
- Seria um colegiado para discutirmos os grandes temas do país. Pode ter um colegiado no diretório nacional. É um processo que está caminhando, que está indo bem. Pode ser por um rodízio ou colegiado. Temos errado no culto ao personalismo - disse Alckmin.
Colegiado teria FH, Serra, Aécio e Alckmin
Um colegiado paralelo à presidência do PSDB seria formado por nomes como Fernando Henrique, Aécio Neves, Serra e o próprio Alckmin. Seria uma forma de tentar a unidade partidária.
- Temos que ter decisões colegiadas e menos personalistas - reforçou Alckmin.
FONTE: O GLOBO
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