Poder da ex-chefe de gabinete da Presidência ia além das agências
reguladoras, incomodando muita gente no governo
BRASÍLIA - No guarda-chuva do ex-presidente Lula, a ex-secretária particular
e depois chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São
Paulo Rosemary Noronha se associou a grupos poderosos no PT, e alçou voo
incomodando muita gente dentro do governo, inclusive a presidente Dilma
Rousseff. Segundo interlocutores do partido, os tentáculos da chefe de gabinete
da Presidência da República iam além das agências reguladoras identificadas
pela Operação Porto Seguro.
Rosemary teria tentado influenciar em indicações e cargos da cúpula do Banco
do Brasil. No BB, ela teria operado em dobradinha com o ex-vice-presidente da
área de governo Ricardo Oliveira em disputa de indicações para diretorias do
banco com governadores petistas. Rose era muito próxima também do atual
presidente do BB Aldemir Bendine.
Quando Lula resolveu criar o escritório da Presidência, em São Paulo,
Bendine ajudou a providenciar as instalações e o local escolhido foi num andar
do prédio do Banco do Brasil. A relação de Rosemary, Ricardo Oliveira e
Bendine, segundo alguns petistas, começaram a ficar estremecidas no início
deste ano, quando foi deflagrada uma guerra interna no banco, com o vazamento
de dossiês que acabaram resvalando no atual presidente do BB.
Oliveira e Rosemary teriam se aliado para tentar aumentar seus poderes na
instituição. Irritada com o episódio que ameaçava comprometer o desempenho do
banco, a presidente Dilma Rousseff chegou a cogitar, na época, demitir todos os
envolvidos na briga.
Ricardo Oliveira acabou sendo demitido e para o seu lugar foi o ex-senador
César Borges, com o aval do governador Jaques Wagner, numa operação da
presidente Dilma para acomodar o PR do senador Alfredo Nascimento (AM), que
ameaçava romper com o governo.
Numa disputa direta com o governador baiano, ainda na gestão de Ricardo
Oliveira, Rosemary estaria patrocinando a manutenção de José Luiz Salinas na
vice-presidência de Tecnologia da Informação do BB. Mas Jaques Wagner defendia
a indicação de outro baiano, Geraldo Dezena, técnico de carreira do banco.
Rosemary e Oliveira perderam, e Dilma nomeou Dezena.
Fonte: Jornal do Commercio
(PE)
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