Base se mobiliza
para evitar convocação de ex-servidora suspeita de envolvimento em corrupção
Em contrapartida,
senadores permitem que dois ministros falem aos senadores
BRASÍLIA
- O governo conseguiu impedir ontem a aprovação do convite para Rosemary
Nóvoa de Noronha, ex-chefe do escritório da Presidência da República em São
Paulo, prestar depoimento na Comissão de Fiscalização Financeira do Senado. Ela
foi demitida após envolvimento em esquema de corrupção e tráfico de influência
investigado pela operação Porto Seguro, da Polícia Federal (PF). Líderes
governistas convenceram senadores do grupo dos "independentes" a não
votar o convite, que também incluía os irmãos Paulo e Rubens Vieira e o
ex-advogado geral adjunto da União José Weber Holanda.
Com o acordo, os requerimentos que convidam Rosemary, Weber, Paulo e Rubens
Veira vão ficar "sobrestados" - o que significa que não entrarão na
pauta até nova decisão dos autores do requerimento.
Líder do PSDB, o senador Álvaro Dias (PR) reclamou do acordo firmado com os
governistas. O tucano também era autor de outro requerimento que convidava
Rosemary e servidores suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção.
"Eu sou contra isso tudo e voto a favor dos requerimentos com os
convites", afirmou.
O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo, afirmou que a decisão do
governo é "esclarecer tudo sem que haja prejulgamento" das denúncias
de tráfico de influência e venda de pareceres.
Os governistas também conseguiram transformar em convite, não em convocação, o
requerimento para que o ministro Luís Inácio Adams (Advocacia Geral da União)
fale à Comissão de Fiscalização Financeira do Senado. Também foi transformado
em convite o pedido para que os diretores gerais da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) e da Agência Nacional de Águas (ANA), Marcelo Guaranys e Vicente
Grillo, prestem depoimento à comissão. A expectativa é que Adams compareça à
comissão na semana que vem.
O acordo também prevê que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, seja
convidado a falar sobre a operação da PF na Comissão de Constituição e Justiça
do Senado.
A operação governista também visa barrar qualquer outro convite a envolvidos na
operação Porto Seguro para comparecer ao Congresso, conforme acertado ontem em
reunião de líderes da base. "A relação deles é com a polícia",
afirmou o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP).
Fonte:
O Tempo (MG)
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