Tendo como palco a reunião da Sudene, com todos os governadores da região e a presença de Dilma, Eduardo exporá os prejuízos enfrentados pelo Estado com a estiagem
Débora Duque
Tendo, novamente, a seca como pano de fundo, a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador Eduardo Campos (PSB) protagonizam, hoje, um novo encontro "cara a cara", uma semana após a visita presidencial a Serra Talhada, Sertão do Estado. O cenário, desta vez, será Fortaleza, onde haverá uma reunião do Conselho Deliberativo da Sudene para discutir ações de combate aos efeitos da estiagem. Na presença de todos os governadores do Nordeste, mais os de Minas Gerais e Espírito Santo, Dilma anunciará novas medidas do governo para amenizar o impacto da seca e terá a sua frente um Eduardo pronto para expor um arsenal de dados relativos ao prejuízo causado pela falta de chuvas no semi-árido do Estado.
De um lado, a presidente buscará valorizar o "passe" de seu governo, apresentando um balanço de todas as políticas já implementadas pela a União nessa área. Na linha de frente, estará o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), que, mais uma vez, tentará se equilibrar entre a tarefa de defender o governo e não confrontar diretamente Eduardo Campos, responsável por indicá-lo ao ministério. Uma das iniciativas a serem aprovadas na reunião de hoje será a autorização para a liberação de mais R$ 500 milhões, por parte do Banco do Nordeste, ao Programa Emergencial para a Seca em 2013.
Também será assinado o termo de compromisso para a construção da barragem de Lontras, que beneficiará o sertão cearense. Além disso, existe a expectativa de que a presidente anuncie a concessão de anistia das dívidas dos trabalhadores rurais, pleito já requisitado publicamente por Eduardo, e o auxílio à recomposição dos rebanhos.
Prevendo que a reunião funcionará como um novo palco para que Dilma fortaleça sua imagem no Nordeste, o governador preparou um discurso para tentar se sobrepor à ofensiva federal. Sem partir para o enfrentamento direto, o socialista cobrará do governo um reforço nas ações assistenciais aos agricultores, mas também sustentará que elas não são suficientes para amenizar as consequências da seca. Por isso, pretende enfatizar a necessidade da realização de obras de infraestrutura hídrica nas pequenas propriedades rurais. Uma de suas principais preocupações é com as perdas do setor agropecuário.
No encontro, o governador terá em mãos uma pesquisa, encomendada à Universidade de São Paulo, que mostra, entre outros dados, que a bacia leiteira do Estado já sofreu um prejuízo de R$ 1,5 bilhão. "É preciso limpar o passivo dos agricultores e dá a eles acesso a novos financiamentos que lhes permitam construir todo tipo de reserva de água. Só depois disso tem que se pensar em recomposição de rebanho", defendeu Ranilson Ramos, secretário estadual de Agricultura, que, junto com os secretários de Recursos Hídricos e da Casa Civil, Almir Cirilo e Tadeu Alencar, acompanhará o governador.
Além de comparecer à reunião da Sudene, Dilma aproveitará a passagem no Ceará para prestigiar o governador Cid Gomes (PSB), que tem defendido o apoio do PSB à reeleição da petista. No período da tarde, ambos participam da inauguração de uma escola estadual, em Fortaleza.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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