Pedro Soares
RIO - Após sinalizar uma retomada no primeiro mês do ano, a produção da indústria não sustentou o crescimento e registrou queda de 2,5% na comparação com livre de influência sazonais (típicas de cada período) com janeiro. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (2).
O resultado é o pior desde dezembro de 2008, auge da crise global, quando a produção industrial recuou 12,2%.
A queda foi pior do que o esperado pelo mercado. Segundo pesquisa da agência de notícias Reuters com 20 analistas, a expectativa era de que a produção industrial recuasse 2,05%. As estimativas variaram de quedas de 2,6% a 0,6%.
De dezembro para janeiro, a produção havia subido 2,6%.
Em relação a fevereiro de 2012, houve recuo de 3,2%, depois de uma alta de 5,5% nessa mesma base de comparação em janeiro.
O índice acumulado em 12 meses encerrados em fevereiro registrou queda de 1,9% e o acumulado de 2013 (janeiro e fevereiro) ficou positivo em 1,1%, segundo o IBGE.
O principal impacto negativo sobre a produção industrial veio do ramo de veículos automotores (automóveis e caminhões). O setor, um dos de maior peso na indústria, registrou queda de 9,1% de janeiro para fevereiro, já sob reflexo da redução do desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a consequente retração das vendas.
Por setor
De janeiro para fevereiro, a maioria dos setores apresentou resultados negativos: 15 dos 27 pesquisados pelo IBGE.
Entre os piores desempenhos, considerando o peso de cada um deles na indústria, destacam-se farmacêutica (-10,8%), refino de petróleo e produção de álcool (-5,8%), bebidas (-5,2%), alimentos (-1,3%), mobiliário (-9,9%), celulose e papel (-2%)e indústrias extrativas (-1,9%).
Os melhores desempenhos ficaram com equipamentos de transporte (9,9%), máquinas e equipamentos (1,7%), fumo (36,2%) e máquinas e aparelhos elétricos (4,6%).
Por categoria
A queda na produção da indústria em fevereiro anulou os ganhos registrados em janeiro, quando o setor tinha baixos estoques e produziu para repor as vendas de fim de ano.
Dentre as categorias pesquisadas pelo IBGE, apenas a de bens de capital (máquinas e equipamentos para a fabricação de outros bens ou para prestação de serviços) manteve resultado positivo de janeiro para fevereiro, com alta de 1,6%. O dado pode sinalizar uma retomada, ainda que tímida, do investimento.
Sob impacto da queda de veículos, os bens de consumo duráveis (inclui ainda eletrodomésticos e móveis) tiveram retração de 6,8%. Os semi e não duráveis recuaram 2,1% na esteira dos fraco desempenho de alimentos e farmacêutica e os bens intermediários (matérias-primas e insumos) apresentaram perda de 1,3%.
Fonte: Folha de S. Paulo
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