Empréstimos para concluir projetos seriam feitos só depois que empresas fossem vendidas
Raquel Landim
BRASÍLIA - O BNDES pode ajudar a financiar a conclusão das obras dos projetos do grupo EBX depois que as companhias tenham sido vendidas por Eike Batista.
Segundo a Folha apurou, a visão no banco é que "zera o jogo" quando as empresas trocarem de mãos, e os novos controladores podem pleitear financiamentos para os projetos "como qualquer empresa instalada no país".
O banco estatal já emprestou R$ 10,4 bilhões às companhias X, mas parte significativa não chegou a ser liberada e a maioria dos empréstimos é garantida por fiança bancária.
Em um jantar privado recente com banqueiros, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, afirmou que poderia financiar os projetos dos futuros donos das companhias do grupo X.
Eike Batista enfrenta uma profunda crise de credibilidade e está liquidando seus ativos para pagar dívidas. Já vendeu uma fatia da MPX (energia) para a alemã E.ON e está perto de fechar a venda da MMX (mineração).
Candidatos
Os americanos da EIG, que pretendem comprar a LLX (logística), já estiveram no BNDES, no Bradesco e em outros bancos, para as primeiras conversas, conforme fontes ligadas às empresas.
As conversas giram em torno de dois temas: renegociar as dívidas da LLX e discutir novos empréstimos que podem ser necessários para a conclusão das obras do porto do Açu, em São João da Barra, Rio de Janeiro.
A EIG avalia injetar R$ 1,3 bilhão na LLX em um aumento de capital e ficar com o controle da empresa.
A operação, no entanto, está pendente de uma análise aprofundada dos números da LLX e de negociações com os bancos credores, que devem ocorrer nos próximos 30 dias.
A EIG condicionou a compra da LLX à renegociação das dívidas de curto prazo da LLX, para garantir que seu capital será totalmente aplicado em investimentos, conforme revelou a Folha.
A dívida total da LLX é de R$ 2 bilhões. No curto prazo, a empresa deve ao BNDES R$ 518,6 milhões, que vencem em setembro, e ao Bradesco R$ 345,2 milhões, vencendo em fevereiro de 2014.
A questão é que o R$ 1,3 bilhão prometido pela EIG pode não ser suficiente para concluir as obras do porto do Açu. A LLX não divulga de quanto ainda precisa, mas, segundo estimativas, seriam necessários R$ 2 bilhões.
Se os cálculos estiverem corretos, significa que a EIG precisa captar com o BNDES ou com bancos privados cerca de R$ 700 milhões. A LLX já aplicou R$ 2,8 bilhões no Açu e o plano era investir R$ 4 bilhões até 2014, mas a projeção está sendo revista.
Procurados, BNDES, EIG, LLX e Bradesco não deram entrevista.
Fonte: Folha de S. Paulo
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