O governo anuncia a vinda de 4 mil médicos cubanos para trabalhar no Norte e Nordeste do país, sendo que 400 deles devem chegar na próxima semana, cumprir um período de adaptação de três semanas em nossas Universidades e começar a trabalhar no dia 15 de setembro. Irão para as pequenas comunidades nas quais os recém recrutados ( apenas 10% da demanda de cerca de 15 mil ) não se dispuseram a trabalhar. Por cada um deles o governo federal pagará 10 mil reais por mês, hoje um pouco mais de 4 mil dólares, não diretamente, mas através de convênio com a OPAS ( Organização Panamericana de Saúde ) que repassará o dinheiro para o governo cubano que remunerará o medico, ninguém sabe como. As prefeituras dessas pequenas cidades devem bancar a moradia e talvez outros gastos obrigatórios dos médicos.
Não lhes parece uma fantasia, algo fora da realidade? Serão 4 mil médicos de um país cuja população é de cerca de 11 milhões de habitantes, pouco mais de 5 % da nossa população. Cuba pode dispor desses profissionais? O que fazem para que sua falta não seja sentida? Estão flanando pelo território cubano?
Muitas perguntas mais temos a fazer. Vamos a algumas delas:
- Em três semanas esses médicos terão o mínimo conhecimento da língua portuguesa falada nos nossos rincões para se comunicar com o cidadão?
- A remuneração é atrativa para mantê-los no local por alguns anos?
- O que acontecerá com as suas famílias, inclusive filhos, terão condições materiais adequadas para viver?
- Quais os meios humanos e materiais de que disporão para cumprir seu papel? Refiro-me a auxiliares, equipamentos, locais para consulta e internamento, medicamentos.
- Como será acompanhado e avaliado o seu trabalho? Estarão aptos para enfrentar, ao menos, as moléstias mais comuns que afligem aquelas comunidades?
Tudo parece uma aventura, o desespero de um governo que perdeu o pé, perdeu a credibilidade, perdeu a capacidade de enfrentar as situações difíceis que se apresentam.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB
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