Dilma sondou governador, que só deve responder no ano que vem
Guilherme Amado
BRASÍLIA e RIO - A presidente Dilma Rousseff sondou o governador do Rio, Sérgio Cabral, para que ele integre seu ministério a partir do começo do ano que vem, tão logo saiam os ministros que vão concorrer nas eleições de 2014. O objetivo do Planalto, com isso, segundo um interlocutor da presidente, é pacificar a relação entre o PT e o PMDB no estado. Na conversa que teve com Cabral na última quarta-feira, Dilma não pediu ao aliado que desistisse de lançar seu vice-governador, Luiz Fernando Pezão, ao governo.
Ela quer ter, no estado, um palanque duplo no ano que vem. Além disso, Dilma fez um pedido: quer que Cabral controle o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, e o deputado federal Eduardo Cunha, da mesma sigla. Nada de agressões ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pré-candidato ao governo do estado ou ao PT. O partido é aliado do governo Cabral, mas deverá deixar as duas secretarias que ocupa, até o começo do ano que vem, para embarcar na campanha de Lindbergh.
A ideia de colocar Cabral no primeiro escalão do governo surgiu no começo do ano. Ele chegou a pedir o Ministério de Minas e Energia, que lhe foi negado. Ofereceram a ele a Autoridade Pública Olímpica, responsável por articular União, estado e prefeitura do Rio para a preparação das Olimpíadas de 2016. Cabral recusou. Agora, falta apenas a confirmação do governador para que Dilma acerte a data e o gabinete em que vai instalá-lo. — A relação (do PT com o PMDB) é muito profunda.
Mas o Lindbergh tem direito a ser candidato. No que depender do Planalto, ele será — explicou o mesmo assessor da presidente. A assessoria de Sérgio Cabral disse que a informação não procede. Mas dois interlocutores próximos ao governador confirmam a sondagem. Um deles afirma que o momento para o sim não é propício, diante do desgaste político causado pelos protestos recentes no estado. A saída de Cabral do governo está prevista para janeiro para garantir a candidatura de seu filho Marco Antonio a deputado federal.
Marina diz não ter plano B para 2014
A uma semana do julgamento do registro do Rede Sustentabilidade — partido que Marina Silva pretende criar — pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ex-senadora afirmou não haver “plano B” para disputar as eleições em 2014, caso o registro da legenda seja rejeitado, e anunciou regras mais flexíveis para filiação de quem irá concorrer a mandatos no próximo ano. Marina minimizou o parecer contrário do Ministério Público Eleitoral (MPE) e afirmou não cogitar recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o registro. (Do Extra. Colaboraram: Carolina Benevides e Maiá Menezes).
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário