Rede ignora dificuldade na Justiça e discute política de filiação do grupo
Para que ex-senadora dispute o Planalto pelo partido, TSE precisa conceder registro até o início de outubro
Apesar das barreiras para viabilizar a criação da Rede Sustentabilidade, a ex-senadora Marina Silva e dirigentes do partido evitam o clima de derrota e insistem na estruturação do grupo.
A 13 dias do prazo final para conseguir o registro da Justiça Eleitoral para disputar as eleições de 2014, a Rede já conta com cerca de 2.000 pré-filiados e aprovou no final de semana normas para a formação de seus quadros. As regras para filiação ainda não foram divulgadas pelo grupo.
Segundo a ex-senadora, que trabalha para garantir sua candidatura ao Planalto no ano que vem, mesmo com o prazo curto para o partido ser oficializado, não há motivos para discutir um plano B.
"Vocês já viram alguém indo para o altar com um noivo ou uma noiva e alguém pergunta: e se ele enfartar? E se acontecer alguma coisa, o que ele vai fazer? Ah, estou de olho ali na vizinha, tenho um plano B", disse.
Marina saiu em defesa, mais uma vez, da coleta de assinaturas feita pelo grupo.
A Rede precisa ser oficializada pelo TSE até 5 de outubro. A principal tarefa é fazer com que o tribunal considere válidas cerca de 130 mil fichas que foram recusadas pelos cartórios eleitorais sem a apresentação de justificativa.
"Temos plena certeza de que atendemos os requisitos legais. Mobilizando milhares e milhares de pessoas, que assinaram e estão acompanhando esse processo", disse Marina. "É talvez o primeiro partido com torcida que estou vendo nascer no Brasil".
Dirigentes do grupo minimizaram o parecer do vice-procurador-geral eleitoral, Eugênio Aragão, no qual afirmou que a sigla "ainda não demonstrou o caráter nacional". Para esses representantes da Rede, o texto fez uma avaliação circunstancial, considerando apenas o primeiro lote de fichas.
O comando da Rede espera que até o dia 3 de outubro a Justiça Eleitoral tenha definido a situação do grupo. Com isso, caso a legenda seja rejeitada, restariam dois dias para avaliar o cenário e decidir, por exemplo, se os integrantes poderão se filiar a outros partidos para 2014.
Se o registro for negado, há quem defenda recorrer ao Supremo Tribunal Federal para criar a legenda.
Fonte: Folha de S. Paulo
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