Esta semana em que estive fora foi um desastre. O governo federal fracassou na administração e na política, agravando o quadro de desgoverno em que se encontra.
A semana começou sob os efeitos do insucesso da licitação de concessão de rodovias promovido pelo DNIT. Para a BR 050 apareceram vários concorrentes e se sagrou vencedor um consórcio de 9 empresas, pouco conhecidas, nenhuma delas de grande porte, que apresentou o valor da tarifa de pedágio 42% inferior ( deságio ) ao limite máximo que havia sido estipulado. Algo está errado. Sem dúvida a tarifa de pedágio estava muito alta. Se o cálculo de retorno do capital feito pelo DNIT está lá pelos 7% ( taxa de retorno ), não é compreensível que a tarifa possa ser cobrada com esse enorme deságio. O consórcio vencedor poderá não ter condições de cumprir o contrato. Ou então a qualidade do serviço vai repetir o insucesso da Fernão Dias e da Regis Bittencourt. No mesmo ato, para a concessão da BR 262, ninguém apareceu. É porque a tarifa do pedágio estava muito baixa. Vale dizer, não há coerência nos estudos feitos pelo DNIT. Aí vem o nosso Guido Mantega dizer que o problema foi político. Não tem sentido. Agora dizem que vão fatiar as licitações, vale dizer, fazer uma por uma. Significa que quando acabar o filé mignon, se houver, virão as pouco rentáveis para as quais não existirão interessados. O governo vai ter de bancar.
Depois disso veio a primeira fase da licitação do pré-sal. As duas maiores petrolíferas do ranking e mais duas grandes já caíram fora. Outras, de médio e pequeno porte, permanecem. Até quando? Não é fácil pagar 15 bilhões de reais de outorga, que é o mínimo exigido aos pretendentes. É capaz de só sobrarem asiáticos. E como fará a Petrobrás – endividada e estrangulada que está, que tem de ser, obrigatoriamente, sócia de 30%? Podemos prever novas surpresas até o lance final, além do fogo amigo dos que são contra a licitação do pré sal: Carlos Lessa ex Bndes, Ildo Sauer ex diretor da Petrobrás, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás, a Federação Úníca dos Trabalhadores da Petrobrás, todos ex companheiros do Lula.
Tudo isso já mostra a incompetência na concretização dos planos anunciados. Como na licitação de ferrovias que, vira pra cá, vira pra lá, não sai nada. Como nas rodovias, nem colocando dinheiro do governo, nem com financiamentos do BNDES e CEF, nem com a participação dos fundos de pensão das estatais, nem com reza brava, nada acontece.
Pra completar, o Eike Batista não tem dinheiro para pagar as suas dívidas ( mais de 1 bilhão ) com o BNDES e a CEF. Os Correios entram em greve. O IGP-10 da 1ª. quinzena de setembro acelera para 1,05%, tendo sido apenas 0,15% em agosto e as vendas do comércio em São Paulo caem 4% e as dos carros no país caem 3%. Já chega?
Nem a vitória que teve no Congresso, mantendo o veto sobre a decisão de acabar com o adicional de 10% sobre a multa do FGTS, é boa notícia. A bronca dos que recolhem o tributo é muito grande. O governo federal recolhe e não transfere ao Fundo. Já deve 9,1 bilhões.
No plano político as coisas também não foram bem. A decisão do STF de reabrir a discussão de algumas condenações não traz nenhum refresco para o governo. Durante mais muitos meses essa matéria estará em foco. Se o STF mantiver as decisões tomadas, o prolongamento da discussão só aumentará o desgaste. Se mudar, a opinião pública responsabilizará o governo pois a mudança será vista como produto de decisão de ministros indicados pela presidente e por Lula.
E o que dizer dos casos de corrupção que, de novo, vem à baila nos ministérios? É o caso do ministro do Trabalho, do PDT, que está sob fogo cruzado pois seus comandados realizaram operações irregulares com ONGs pagando por serviços para beneficiar pessoas de seu partido, o PDT. E as mutretas de assessores dos ministros da Previdência e das Relações Institucionais que foram pegos e demitidos? Faltou muita faxina para ser feita pela nossa faxineira. Mas ela não leva as coisas às últimas consequências: tem de cuidar da coligação para as próximas eleições.
Para completar o PSB deixou de participar da aliança governamental. E o PMDB, mais do que depressa, já está em luta intestina para saber quem vai ocupar os espaços deixados. Essa turma toda só pensa mesmo no Brasil, tenham a certeza!!!.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB
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