Thaís Marsola Zara | O Estado de S.Paulo
O mês de abril, apesar de contar com dois feriados e a greve geral, testemunhou um resultado bastante favorável na criação líquida de vagas de emprego com carteira assinada.
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, foram criados 60 mil novos empregos no mês. Contribuíram para esse resultado o setor de Serviços, Agropecuária e Indústria (com 24,7 mil, 14,6 mil e 13,7 mil vagas, respectivamente).
Em termos dessazonalizados, o saldo entre admissões e desligamentos foi praticamente zero – melhor resultado desde novembro de 2014. O setor que mais contribuiu para esse resultado foi a agropecuária, com um saldo positivo de 3,5 mil vagas.
Mas o que vale notar é que houve uma diminuição do ritmo de desligamentos em termos dessazonalizados: de 1,2 milhão em março para 1,15 milhão em abril. É o terceiro mês consecutivo em que o número de desligamentos recua em relação ao mês anterior.
Esse é um dado importante: quando a economia começa a se recuperar de uma crise longa como a vivida pelo Brasil nos últimos anos, espera-se que haja, primeiro, uma redução mais pronunciada do ritmo de demissões (empresas aproveitando os recursos já existentes, com mais horas extras, etc) antes de verificarmos um aumento das admissões.
Num segundo momento do ciclo de recuperação do mercado de trabalho, espera-se um aumento mais forte das admissões. Então, num terceiro momento, quando há uma recuperação plena do mercado de trabalho, tanto admissões como demissões tendem a crescer: o maior dinamismo gera maior troca de emprego. O que caracteriza essa última fase, contudo, é o fato de que as admissões crescem mais do que as demissões.
Estamos apenas começando a trilhar esse longo processo de recuperação do mercado de trabalho. A manter-se o cenário com queda de Selic e melhora de percepção do risco país, conseguiremos alcançar a segunda fase desse ciclo no segundo semestre do ano e, a terceira, ao longo de 2018.
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