PORTO ALEGRE E SÃO PAULO - Em um julgamento histórico e com potencial para definir o rumo da eleição presidencial deste ano, os três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidem hoje, em Porto Alegre, se confirmam a condenação imposta em 1ª instância ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se condenado, Lula ficará impedido de concorrer à Presidência da República no pleito de outubro. Ele também poderá ser preso, mas ainda poderá recorrer e livrar-se do encarceramento.
Ontem, durante ato público na capital gaúcha, o petista procurou demonstrar tranquilidade e fez um apelo aos desembargadores João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Laus para que se atenham "aos autos do processo, e não a convicções políticas". Os magistrados poderão confirmar ou reformar a sentença do juiz Sergio Moro, que condenou o ex-presidente a nove anos e meio de prisão.
Conhecidos como desembargadores de "mão pesada", os três são entusiastas de doutrinas que condenam com rigor crimes de corrupção e contra a ordem econômica, mesmo quando os fatos descritos na acusação não são plenamente comprovados - uma interpretação jurídica conhecida como "prova indireta" e que vem sendo usada em casos da Operação Lava-Jato. Os delitos envolveriam suposta propina, no valor de R$ 2,2 milhões, paga pela empreiteira OAS entre 2009 e 2014, materializada em um apartamento tríplex no Guarujá (SP).
Independentemente do resultado do julgamento, o PT defenderá a candidatura de Lula, líder nas pesquisas. Amanhã, o partido promoverá ato na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo, e já organiza mais caravanas do ex-presidente pelo país. Nova condenação é tida como certa, inclusive pelo mercado, que vem operando com otimismo. No entanto, se Lula for inocentado, a tendência é que haja mudança drástica de humor.
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