Em entrevista exclusiva à ISTOÉ concedida na terça-feira 24, o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, garantiu que as negociações das alianças partidárias não se pautaram pelo fisiologismo
Germano Oliveira | ISTOÉ
• O senhor acaba de ter o apoio do centrão, como o DEM, PP, PR e PSD. Agora a campanha vai decolar?
Venho trabalhando esse tempo todo para fazer uma boa aliança. É importante para a campanha e para a governabilidade. O esforço de pacificação do País é necessário. Toda vez que o Brasil teve uma conciliação, a democracia consolidou-se, a economia melhorou e os avanços sociais foram maiores. Precisamos olhar para o futuro, trazer esperança para a população.
• O PSDB contará com mais de cinco minutos de horário na TV, enquanto que seus adversários terão menos de 30 segundos. Isso será decisivo?
Ajudará muito. Numa campanha mais curta, é importante ter mais tempo na TV para dialogar, apresentar as propostas, sobretudo no meu caso em que nos últimos 14 anos mergulhei aqui no governo de São Paulo. Agora vou ter maior oportunidade de falar com o Brasil todo.
• Se por um lado o senhor está recebendo a adesão de partidos que reúnem 279 deputados, por outro realiza uma aliança que atrai políticos polêmicos, como Valdemar Costa Neto (PR) e Roberto Jefferson (PTB). Eles podem contaminar seu palanque?
Nós conquistamos os partidos aliados em torno de uma proposta para o Brasil e não tem toma-lá-dá-cá. Os partidos têm outros quadros expressivos.
• O senhor prometeu a eles retomar o Imposto Sindical?
Não há nenhuma hipótese de retornar o Imposto Sindical. Ele é uma visão atrasada, cartorial e que os sindicatos que realmente têm representatividade nem querem. O que nós falamos é criar o Conselho Nacional do Trabalho, com participação tripartite. Vamos melhorar o uso do dinheiro do trabalhador, que é o FGTS. Fiz um estudo: se em 1995 o trabalhador tivesse R$ 1 e aplicasse no CDI teria R$ 20 agora. Na poupança R$ 10 e aplicado como é hoje teria R$ 5. O trabalhador foi tungado. Vamos fazer justiça aos trabalhadores com a TLP, para corrigir o FGTS, com juros mais correção monetária.
• Pelo fato da sua campanha não decolar, muitos falaram em substituí-lo, inclusive pelo ex-prefeito João Doria. Ficou alguma mágoa?
Eu conheço o João Doria e tenho laços de amizade com ele há quase 30 anos. Zero de mágoa. E eu sou adepto da democratização das prévias. Quando me lancei candidato, abrimos a inscrição para as prévias. Submeti o meu nome e, se o partido escolhesse outro nome, eu acataria. Mas acabei escolhido por unanimidade.
• Além de Aécio Neves, em Minas, tem outros tucanos como o Paulo Preto, em São Paulo, envolvidos na Lava Jato. O senhor acha que eles prejudicarão sua campanha?
Sempre defendi, independentemente de pessoas, que a lei é para todos. Tem que haver investigação e que se faça Justiça. Quem tem que ser inocentado, que o seja. E quem tem que ser punido, que seja punido. Nós não desmoralizaremos as instituições.
• Quem são seus nomes preferidos para ocuparem a chapa como vices?
Existem nomes ótimos, mas a definição do vice ficará bem mais para a frente.
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