Blog do Noblat / Metrópoles
Como justificar uma intervenção militar no
ano que vem caso o atual presidente da República não se reeleja?
O golpe militar que pôs fim em 1945 à
ditadura comandada por Getúlio Vargas teve como justificativa restaurar o
regime democrático interrompido com a chamada Revolução de 1930 – por sinal, apoiada
por eles, que apoiaram também o golpe do Estado Novo de Vargas em 1937.
O suicídio de Getúlio em 1954, que
retornara ao poder como presidente democraticamente eleito, adiou a ameaça de
um novo golpe militar que só foi aplicado em 1964 sob o pretexto de livrar o
país do comunismo e de defender a democracia. Pelos 21 anos seguintes, o país
viveu sob uma ditadura militar.
Agora, militares da ativa e da reserva que apoiam Bolsonaro dão tratos à bola à procura de um discurso que sirva de desculpa ao golpe que gostariam de dar caso o atual presidente acabe derrotado nas eleições do ano que vem. A defesa da democracia é um mote gasto. E se Bolsonaro perder, mas não para Lula?
O comunismo? Por mais que Bolsonaro e seus
comparsas digam que o comunismo segue vivo, ninguém parece temer seus efeitos,
pelo contrário. O agronegócio depende da China, o maior parceiro comercial do
Brasil no mundo. Não vai querer romper relações com ela. Comunista já não come
criancinhas, come graus.
Sugestões que possam resolver o dilema
enfrentado por militares golpistas deverão ser remetidas para os seguintes
endereços:
Ministério da Defesa, aos cuidados do
general Braga Neto; Térreo QGEx Bloco B, Brasília – DF, 71200-055;
Clube Militar, aos cuidados do general Eduardo José Barbosa; Av. Rio Branco, 251 – Centro, Rio de Janeiro – RJ, 20040-009
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