segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Presidenciáveis tucanos cortejam Zito no Rio

Alexandre Rodrigues
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Prefeito de Duque de Caxias diz que PSDB precisa de cheiro de povo

Diante da aliança cada vez mais forte do PT do presidente Lula com o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), o PSDB busca um caminho para garantir um palanque forte para seu candidato à Presidência no terceiro maior colégio eleitoral do País em 2010. Na capital fluminense, a prioridade é reeditar a aliança com PPS e PV - que quase elegeu o verde Fernando Gabeira prefeito - para enfrentar a dobradinha de Cabral com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), ex-tucano recém-convertido ao lulismo. Mas a principal porta para o PSDB no Rio é o prefeito tucano de Duque de Caxias, José Camilo Zito, que tem sido cortejado pelos governadores Aécio Neves (Minas) e José Serra (São Paulo), presidenciáveis do partido.

Presidente do PSDB do Rio, Zito é um dos políticos mais populares da Baixada Fluminense, que concentra quase um quarto dos 11,2 milhões de eleitores do Estado. Com um perfil bem diferente do figurino tucano tradicional, ele tirou a prefeitura de Washington Reis (PMDB), que tentava a reeleição turbinado por Lula e Cabral, logo no primeiro turno. Comandante da única vitória expressiva do PSDB no Rio, Zito é o contraponto natural ao crescimento do PT na Baixada com a reeleição de Lindberg Farias em Nova Iguaçu, outro eleitor da ministra Dilma Rousseff. No entanto, magoado com a pouca atenção que recebeu do PSDB em 2008, o prefeito ameaça ficar de fora da eleição de 2010 e atrai a atenção de vários caciques.

No dia em que foi eleito contrariando as pesquisas, Zito recebeu os parabéns de Serra pelo telefone. Serra chegou a marcar uma visita a Caxias em janeiro, adiada na véspera. "Ele disse que ainda quer vir, que quer fazer uma aproximação entre Caxias e o governo de São Paulo. Mas acho que ele quer mesmo é falar da eleição dele, né?", especula Zito em entrevista Estado.

A maior parte dos tucanos do Rio é serrista, mas Zito parece mais próximo de Aécio. O mineiro largou na frente ao visitar Caxias ainda na reta final da campanha de 2008 e faz ligações frequentes para o prefeito.

Para Zito, o PSDB perde tempo na indefinição do candidato, mas ele mesmo não se define entre Serra e Aécio. "Darei minha opinião no momento certo." Em vez de criticar a campanha antecipada de Lula, segundo Zito, o PSDB deve aprender com ele: "Acho que o PSDB precisa de um cheiro de povo."

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