DEU NO JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Embora insista que somente em janeiro se posicionará sobre a disputa pelo Planalto, senadora é saudada nas ruas como candidata e cobra postura clara do governo sobre questões ambientais
RIO - Em clima de campanha, a senadora Marina Silva (AC), provável candidata do PV à Presidência da República, participou ontem do primeiro ato público desde sua filiação ao partido, após a saída do PT. A caminhada “Brasil no clima” foi organizada pelo PV com o pretexto de cobrar do governo federal uma posição mais clara em relação às mudanças climáticas, mas foi marcada por gritos de “Brasil Urgente, Marina presidente”, base do slogan da campanha de Lula em 1989.
Debaixo de sol forte, cerca de 400 pessoas participaram do ato, entre militantes do PV e banhistas que se juntaram à caminhada, do Leblon ao Arpoador. Em meio a bandeiras do PV, e como centro das atenções, a senadora evitou falar nas eleições presidenciais. Quando perguntada sobre o assunto, repetia que a candidatura só será definida em 2010. Assumiu, no entanto, que é “pré-candidata prioritária” da legenda. “O PV honrosamente me colocou nessa condição”.
Em relação às mudanças climáticas, a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente cobrou do governo federal uma postura ousada e transparência em relação à posição que o Brasil levará para a reunião de Copenhague, em dezembro, que vai estabelecer um novo tratado mundial para redução das emissões de carbono. “Quando eu era ministra, já havia posições refratárias em relação às mudanças climáticas. Mas não podemos ser surpreendidos em cima da hora com uma proposta do governo brasileiro, pois isso tem que ser feito com a população”, advertiu.
A senadora passou a caminhada ao lado do deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) e do vereador Alfredo Sirkis (PV). Gabeira é o provável candidato do partido ao governo do Rio. O PV vive impasse com o PSDB sobre uma possível coligação das duas legendas no Rio. Gabeira disse que há reunião marcada para outubro entre PV, PSDB, DEM e PPS para definir as candidaturas. “A dificuldade com o PSDB é que são dois palanques. Eles vão apoiar Serra e eu, Marina”, disse.
CLIMA QUENTE
Na Venezuela, ainda sem saber das críticas de Marina Silva, Lula defendeu que a existência de florestas nos países tropicais seja usada como trunfo nas negociações do novo acordo do clima. “Quem tem novidade para oferecer ao mundo são exatamente os países do sul (África e América do Sul). Precisamos fazer disso uma vantagem comparativa”, afirmou Lula, após reunião de cúpula com presidentes dos dois continentes. O presidente apoiou a ideia de países ricos criarem um fundo para ajudar a combater o desmatamento, mas cobrou ação direta. “Eles não estão assumindo o compromisso de quanto vão deixar de emitir de gases de efeito estufa”, concluiu.
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