- Folha de S. Paulo /EBC
Ao chegar a um restaurante em Brasília, nesta semana, o ministro Afif Domingos saudou calorosamente seu parceiro de PSD Gilberto Kassab: "Eis a noiva mais disputada da eleição!".
Nestes tempos em que o principal esporte em Brasília, quiçá do Brasil, é falar mal de Dilma Rousseff, Kassab diz que vai com ela até o fim e é pródigo em elogios à presidente, "mulher forte e de caráter", e à candidata, "que tem tudo para se reeleger".
E se ela perder? "Se perder, e daí? Vou perder junto com ela. Ninguém faz política só para ganhar."
Apesar de dilmista, Kassab vive de ti-ti-ti com Eduardo Campos, do PSB, e passou a fazer algo que não costumava fazer até bem pouco tempo atrás: falar bem de Aécio Neves, do PSDB, e prever que ele vai crescer. Kassab não gosta de amarras. Prefere circular à vontade em todos os meios, partidos e campanhas.
Isso, porém, tem limites. Mais dilmista na eleição presidencial do que grande parte dos aliados da presidente no Congresso, Kassab vai logo avisando que, em São Paulo, não quer papo com os petistas. Algo assim: sou Dilma, não sou PT. Especialmente, cá entre nós, depois que a candidatura do ex-ministro Alexandre Padilha foi alvejada antes de realmente alçar voo.
Pré-candidato ao governo paulista, Kassab tem duas alternativas: aliar-se a Paulo Skaf, do PMDB, que tende a entrar no vácuo de Padilha, ou virar vice, ora, ora, na chapa do governador Geraldo Alckmin, do PSDB. Kassab e Alckmin não se cruzam, ou não se bicam, mas, em campanhas, isso é o de menos.
Kassab, pois, está no melhor dos mundos: saiu da prefeitura debaixo de uma saraivada de críticas e hoje, como definiu Afif, é a "noiva mais disputada da eleição". Se ficaria esquisito apoiar Dilma na presidencial e ser vice de Alckmin na estadual? Bem, depende. Afif já não é ministro de Dilma e vice de Alckmin?
Tudo pelo poder, ops!, tudo pelo bem de São Paulo e do Brasil...
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