quinta-feira, 1 de maio de 2014

Brasília-DF: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Onde mora o perigo
O maior temor dos políticos hoje é a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava-Jato. Há um receio de que, na hora em que os depoimentos de Paulo Roberto desaguarem na futura CPI da Petrobras, os estragos sejam bem maiores do que os registrados até aqui. Daí o fato de o governo — com a ajuda do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), — trabalhar para que a inevitável CPI ficasse restrita à Casa, onde é possível um controle maior por parte dos aliados ao Planalto, em especial, o PMDB.
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Paralelamente, segue o jogo no sentido de atrasar as investigações para coincidir com a Copa do Mundo e assim, contar com a sorte de que os eleitores prestem mais atenção aos gramados do que ao trabalho da CPI, que dificilmente ficará restrita aos senadores.

A esperança dos petistas
Por mais que Dilma Rousseff diga com todas as letras que ela e Lula falam a mesma língua, tem um grupo do PT, especialmente, aqueles ligados a André Vargas, que não acreditam mais na candidatura dela. "Ela desagradou empresários, políticos e até setores do partido, mas, infelizmente, não podemos dizer isso abertamente", comenta um petista.

Imagina na Copa
A avaliação de setores petistas é a de que os ventos de Dilma e o comportamento dela mudaram desde as manifestações de junho do ano passado. Ali, começou a redução da popularidade e a classe política perdeu o medo de enfrentá-la. Passou a vê-la como detentora de vulnerabilidades que podiam ser exploradas.

Câmara versus Senado
Se Renan Calheiros, enquanto presidente do Congresso, não instalar a CPI mista da Petrobras, nem o seu partido vai poupá-lo. Os deputados do PMDB, assim como o líder da Minoria, Domingos Sávio (MG), têm pronta uma representação contra o presidente da Casa para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal.

E no Dia do Trabalho...
A pauta é velha: nas manifestações de hoje estarão em debate a regulamentação do FGTS dos empregados domésticos e a jornada de 40 horas semanais, que até hoje não saíram do papel.

CURTIDAS

Aquecimento/ Na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, que vem sendo chamada de pré-CPI, as excelências ganharam apelidos. Amaury Teixeira (foto), PT-BA, virou o ursão da Dilma. Da oposição, os "pitbulls" são pelo menos três, os líderes do DEM, Mendonça Filho, da Minoria, Domingos Sávio (PSDB-MG), e o deputado Fernando Francischini (SDD-PR).

Em desuso/ Alguns deputados se referiam à presença de cabines no plenário da Câmara ao fato de estar se formando uma fila de possíveis processos no Conselho de Ética da Casa. Ocorre que a votação para perda de mandato agora é aberta. As cabines são para a eleição do sucessor de André Vargas no cargo de primeiro vice-presidente, na semana que vem.

Dois CPFs/ A presidente da Petrobras, Graça Foster, parecia outra pessoa, de tanta calma e reverências feitas aos parlamentares. Quem a viu em audiências anteriores no Senado ou na Câmara notou uma mudança radical, algo como da arrogância à humildade num prazo de menos de um mês.

Sábios conselheiros/ José Dirceu parece ter fechado os ouvidos aos advogados amigos que não se cansam de repetir que, quanto mais quieto e recluso ele ficar, melhor para conquistar a remissão da pena ou mesmo o emprego externo. Enquanto ele estiver aparecendo e cobrando defesa e manifestações públicas em seu favor, mais difícil ficará para que ele conquiste os benefícios do bom comportamento.

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