Cristiane Agostine – Valor Econômico
SÃO PAULO - Em novos ataques à presidente Dilma Rousseff e ao governo, a senadora e ex-ministra Marta Suplicy (PT-SP) afirma que o país vive uma situação de descalabro, marcado por crises de todos os tipos, e que está sem comando.
Em artigo publicado nesta terça-feira na “Folha de S.Paulo”, a petista diz que o governo não tem transparência, confiança nem credibilidade e critica a nova equipe econômica. Marta reclama ainda do PT, por estar envolvido em sérias denúncias de corrupção.
No artigo que tem o título “O diretor sumiu”, Marta afirma que as crises “econômica, política, moral, ética, hídrica, energética e institucional” enfrentadas pelo país foram “gestadas pela ausência de transparência, de confiança e de credibilidade”.
“Se tivesse havido transparência na condução da economia no governo Dilma, dificilmente a presidente teria aprofundado os erros que nos trouxeram a esta situação de descalabro”, afirma a petista no texto.
“Não estaríamos agora tendo de viver o aumento desmedido das tarifas, a volta do desemprego, a diminuição de direitos trabalhistas, a inflação, o aumento consecutivo dos juros, a falta de investimentos e o aumento de impostos, fazendo a vaca engasgar de tanto tossir”, disse, referindo-se à promessa de campanha feita por Dilma, de que não mexeria nos direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”.
Marta reforça as críticas à nova equipe econômica do governo, que têm sido alvo das reclamações de diferentes grupos do PT, inclusive da Fundação Perseu Abramo, ligada ao partido. A senadora afirmou que o simpatizante do PT não consegue entender as medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, já que Dilma afirmou durante a campanha eleitoral que a situação econômica do país não era ruim e atacou propostas dos adversários semelhantes às que têm implementado.
A petista reclama ainda da falta de clareza sobre o que a presidente pensa sobre os rumos da economia. “Nada foi explicado ao povo brasileiro, que já sente e sofre as consequências e acompanha atônito um estado de total ausência de transparência, absoluta incoerência entre a fala e o fazer, o que leva à falta de credibilidade e confiança”, afirma. “A peça se desenrola com enredo atrapalhado e incompreensível. O diretor sumiu.”
Diante desse quadro, afirma Marta, o empresariado “começa a desempregar” e o povo passa a gastar menos, desconfiado sobre o futuro da economia.
Com a perspectiva de sair do PT, Marta atacou também o partido, ao afirmar que a sigla vive uma situação complexa “pois embarcou no circo de malabarismos econômicos” e está “atarantado sob sérias denúncias de corrupção”. A senadora e ex-prefeita estuda a possibilidade de disputar a Prefeitura de São Paulo em 2016 contra o prefeito Fernando Haddad (PT).
No começo do mês Marta já havia criticado duramente tanto o PT quando a gestão Dilma em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.
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