Folhapress / Valor Econômico
BRASÍLIA - Partidos de oposição pediram anteontem o afastamento da presidente Dilma Rousseff devido ao vazamento do conteúdo da delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, que disse ter financiado a campanha da petista em 2014 para evitar perder negócios com a Petrobras. O Planalto e o PT negam ter recebido dinheiro de forma irregular.
"Se ela (Dilma) não pedir o afastamento e as apurações, estará, com seu silêncio e inércia, dando veracidade ao conteúdo da delação", disse o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Já o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que as afirmações de Pessoa, dono da UTC, deveriam levar à abertura de um processo de impeachment contra Dilma. "Esse depoimento de Ricardo Pessoa é a prova que as campanhas de Dilma foram irrigadas com dinheiro roubado da Petrobras. Isso é motivo mais que suficiente para Dilma perder o mandato e para convocarmos novas eleições", afirmou.
Se Dilma sofrer um impeachment, quem assume é o vice, Michel Temer (PMDB-SP). Novas eleições só ocorrem se ambos, Dilma e Temer, forem impedidos. Se isso acontecer nos dois primeiros anos de mandato, há um novo pleito direto. Nos dois últimos, uma eleição indireta no Congresso. Em ambos os casos, o país é comandado interinamente pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em nota na noite de sexta, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), justificou a menção do seu companheiro de chapa na eleição presidencial de 2014, senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP), como um dos beneficiários do caixa 2 da UTC.
"São doações ocorridas dentro da legalidade e integralmente declaradas à Justiça Eleitoral no ano de 2006, não cabendo, portanto, qualquer relação com o esquema ora investigado pela Polícia Federal e pela Justiça de desvios de recursos públicos para abastecimento de campanhas do PT e de aliados.
Trata-se de um senador de oposição sem qualquer vinculo com a estrutura de governo petista e de seus ministérios", disse Aécio. Aloysio teria recebido ilegalmente R$ 200 mil, de acordo com a delação premiada de Ricardo Pessoa, conforme publicou a revista "Veja".
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