- Folha de S. Paulo
A ruindade das coisas chegou a tal ponto que um empreiteiro, no meio do furacão da Operação Lava Jato, lembra citação famosa para pedir um epílogo para tanta confusão: melhor um fim horroroso do que um horror sem fim.
Seu desejo é que tudo acabe logo na investigação do petrolão para que as empreiteiras façam suas contas de perdas e danos, paguem seus pecados --em alguns casos são bem enormes-- e recomecem sua vida. Algumas, talvez quase do zero.
Tem empreiteira que, depois do sacode causado pela descoberta do petrolão, calcula que seu tamanho será reduzido a meros 10% do atual. Uma tragédia para quem estava em plena expansão de seus negócios.
Só que o caminho pela frente ainda é longo. A delação do empresário Ricardo Pessoa eleva a sensação de que estamos numa espiral de horror sem luz no fim do túnel. Há quem diga até que nem entramos no túnel para esperar pela luz no seu final.
O que causa, agora, tremor não só no mundo das empreiteiras, mas também no Palácio do Planalto e, principalmente, em Lula e no PT. As revelações de Pessoa de caixa dois na campanha da reeleição do petista, se confirmadas, são um tiro fatal.
Acendeu-se o sinal de alerta vermelho no Planalto e no PT. Em alguns casos, a reação beira o desespero. Petistas reclamam que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) perdeu o controle da Polícia Federal. Ops, a solução então é prender a PF? A mesma que eles gabavam de ser livre para investigar.
Dilma e seu time estão furiosos porque estariam criminalizando só doações feitas a petistas, enquanto a de tucanos, não. Ops, de novo, então se todo mundo faz, tudo bem? O negócio é jogar todo mundo no mesmo balaio para salvar a todos?
Enquanto isso, inclusive por isso, a economia agoniza, o ajuste fiscal se arrasta, os juros sobem, o desemprego também. Ufa, está tudo um horror sem fim. Até as desesperadas tentativas de defesa do petismo.
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