- Folha de S. Paulo
A Odebrecht pagou mesada de R$ 5.000 a um irmão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por mais de dez anos a pedido do petista, segundo reportagem da revista "Veja" desta semana.
A informação constaria da delação de Alexandrino Alencar, ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht.
Segundo Alencar, a empreiteira repassou o dinheiro a José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, ao longo dos dois governos do petista (2003 a 2010). A mesada teria sido interrompida quando executivos da empreiteira foram presos.
A reportagem não especifica as datas.
José Roberto Batochio, advogado de Lula, afirmou que "o ex-presidente jamais solicitou nem sequer teve conhecimento de qualquer espécie de favorecimento a pessoas de seu círculo familiar, social ou partidário".
O episódio, se confirmado, se soma a outras acusações de envolvimento da família de Lula com esquemas na Odebrecht. O ex-presidente é réu em cinco ações por denúncias de corrupção e participação em organização criminosa, entre outras.
O petista nega as acusações e aponta perseguição política nos processos judiciais.
Uma das ações penais envolve o sobrinho de uma ex-mulher de Lula, Taiguara Rodrigues. Ele teria recebido R$ 30 milhões da Odebrecht em troca da atuação do ex-presidente em favor da empreiteira em Angola.
Parte desse montante teria sido destinada a gastos pessoais de Frei Chico. Alencar, porém, afirmou que a soma era maior, conforme a "Veja" –a mesada ao irmão do ex-presidente não estava incluída nessa conta, de acordo com a colaboração premiada.
Também a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia, que morreu em fevereiro, foi envolvida em acusações. Alencar afirmou que ela pediu dinheiro da Odebrecht para reformar um sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família.
A obra também teria tido atuação da OAS. Lula nega que seja dono do sítio.
OUTRO LADO
O advogado de Lula afirmou que a suposta mesada a Frei Chico é uma "deslavada falácia, como tantas outras lançadas por pessoas presas ou encalacradas na Justiça e que querem trocar mentiras por favores e benefícios penais em juízo".
"É a era da pós-verdade, das 'fake news'", disse Batochio. A assessoria de Lula afirmou que ele "agiu dentro da lei antes, durante e depois" do governo.
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