Os dois partidos, no entanto, são marcados por escândalos de corrupção
Fernanda Krakovics / O Globo
Com a implosão do PMDB fluminense, o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes está em busca de um novo partido para disputar o governo do estado no ano que vem, embora, neste momento, esteja inelegível por decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio. Paes, segundo aliados, avalia a possibilidade se filiar ao PP ou ao PTB.
O PP é um dos partidos mais investigados na Lava-Jato. Já o PTB tem como presidente o exdeputado Roberto Jefferson, delator do mensalão. Ele cumpriu pena de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro.
Paes tenta se desvencilhar do desgaste do PMDB do Rio, cuja cúpula está presa.
Em sua passagem pelo Rio neste mês — o ex-prefeito está morando nos Estados Unidos —, Paes se reuniu com o vicegovernador do estado e presidente de honra do PP, Francisco Dornelles. E teve também um encontro com Roberto Jefferson e sua filha, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB)
Tanto Dornelles quanto Jefferson afirmaram que Paes seria bem-vindo em seus partidos, mas negaram que a conversa tenha passado por aí.
Publicamente, o ex-prefeito tem afirmado que só no mês que vem, quando volta a morar no Brasil, discutirá eventual troca de partido.
Paes descarta filiação ao PDT por dificuldade de alianças
Parceiro preferencial do ex-prefeito do Rio é Rodrigo Maia, que não apoiaria Ciro Gomes
Embora tenha sido convidado a se filiar ao PDT, o ex-prefeito do Rio Eduardo Paes descarta esse caminho, segundo pessoas próximas, porque limitaria seu arco de alianças.
O PDT vai lançar o ex-ministro Ciro Gomes para presidente da República. Já o aliado preferencial de Paes é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que flerta com a possibilidade de ele próprio disputar o Planalto ou apoiar a candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).
Outra possibilidade do DEM é reeditar a aliança com o PSDB, cujo pré-candidato é o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Rodrigo Maia tem declarado que o DEM lançará seu pai, o vereador Cesar Maia, para o governo do estado. Mas aliados, tanto de Rodrigo quanto de Paes, afirmam que os dois vão compor mais adiante, e Cesar sairá para o Senado.
Essa seria a quinta troca de partido de Paes, que já passou por PFL, PV, PTB e PSDB.
No mês passado, o PSB fechou as portas para Paes. O presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, afirmou que não queria herdar esse desgaste. O ex-prefeito rebateu e negou, na ocasião, o interesse de ingressar no PSB. As conversas para uma possível filiação vinham ocorrendo entre o presidente estadual do partido, deputado federal Hugo Leal (RJ), e o deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ), braço-direito de Paes.
CAIXA DOIS
O PMDB não é o único ônus de Paes. Na semana passada, ele se tornou inelegível por oito anos, em decorrência de condenação pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio. Cabe recurso. Paes e Pedro Paulo foram condenados por abuso de poder político-econômico.
A ação foi movida por Marcelo Freixo (PSOL). Ele acusou a gestão Paes de usar a prefeitura para contratar, por R$ 7 milhões, uma empresa para elaborar o plano de governo de Pedro Paulo. O candidato do PMDB aproveitou na campanha o “Plano Estratégico Visão Rio 500”. Paes diz que o documento era público.
Além disso, Paes foi acusado de fazer caixa dois pelo marqueteiro Renato Pereira, que trabalhou em suas campanhas, e por executivos da Odebrecht, em delação premiada. Ele nega.
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