Depois da morte de Eduardo Campos, partido hoje está dividido entre defensores dos quatro presidenciáveis
Sérgio Roxo / O Globo
SÃO PAULO - Depois de viver o seu auge no plano nacional com os 22 milhões de votos recebidos por Marina Silva na eleição de 2014, o PSB se transformou na noiva da disputa presidencial de 2018. Em razão do racha interno provocado pela morte da sua principal liderança, Eduardo Campos, em 2014, o partido hoje se divide entre defensores de uma aliança com Lula (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva, hoje na Rede.
Enquanto o PSB trava sua batalha interna, os quatro précandidatos lançam suas armas para tentar atrair o aliado. A ofensiva inclui visitas a Renata Campos, a viúva de Eduardo, que exerce influência na cúpula. Em agosto, Lula esteve na casa dela, em Recife. Alckmin a visitou em novembro.
Os quatro presidenciáveis acenam com o posto de vice. Sem nenhum outro aliado em vista, já que seus parceiros tradicionais, como o PCdoB, lançaram pré-candidatos, o PT, no momento, é o que tem jogado as fichas mais pesadas. Os petistas oferecem apoio à reeleição de Paulo Câmara, em Pernambuco, e de Márcio França, que deve assumir o governo de São Paulo em março quando Alckmin renunciar ao posto para concorrer a presidente. Ele já anunciou que tentará um novo mandato.
— Há muitos interessados no apoio do PSB. Todos querem o apoio do PSB, mas não vamos escolher agora — afirma o presidente do partido, Carlos Siqueira.
O apoio do antigo aliado serve a Lula para incrementar o tempo de TV. O PSB garantiria mais 45 segundos ao petista, que conta com 1 minuto e 35 segundos em cada bloco de 12 minutos e meio do horário eleitoral. De quebra, ainda romperia o isolamento que ronda a candidatura petista.
A marcação do julgamento de Lula para 24 de janeiro e a possibilidade de ele ficar inelegível, porém, dificultam a negociação.
Já para Alckmin, o PSB seria importante para não tornar a sua candidatura tão dependente de um acordo com o PMDB, e para que o tucano busque apoio no Nordeste, região do país onde o PSB tem bastante influência.
Com menos tempo do que Lula e Alckmin, Marina e Ciro enxergam no PSB a chance de se tornarem competitivos. A possibilidade, porém, de o PSB aderir à candidata da Rede ou do PDT é considerada remota por caciques da legenda.
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