Por Marcos de Moura e Souza | Valor Econômico
BELO HORIZONTE - O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) lançou ontem sua pré-candidatura a governo de Minas com o discurso de que será preciso da ajuda de Brasília para tirar o Estado da quebradeira financeira. Mas faz restrições ao plano de ajuda apresentado no ano passado pelo governo federal a Estados em crise. O plano implicava na privatização de estatais e o tucano disse que no caso de Minas essa não parece ser a melhor solução.
Ontem, a centenas de deputados, prefeitos, vereadores em ato realizado em Contagem (MG), Anastasia falou em melhorar a arrecadação, cortar gastos e atrair mais empresas e investimentos.
Minas tem um déficit orçamentário na casa de R$ 8 bilhões que vem se arrastando pelo menos desde o primeiro ano de governo petista. Pimentel diz que é herança de governos tucanos e estes dizem que se trata de má gestão petista. O fato é que prefeituras não recebem em dia repasses do Estado, há atraso no pagamento a fornecedores e parcelamento nos salários de servidores.
Uma opção seria aderir ao plano do presidente Michel Temer (MDB) que abriria condições de o Estado se financiar. Mas uma das contrapartidas era vender estatais, como Cemig (energia elétrica) e Copasa (água e esgoto), o que Pimentel sempre rejeitou.
"Num primeiro momento, eu acho que elas são empresas muito estratégicas e importantes para o Estado", disse ontem Anastasia a jornalistas ao ser perguntado se aceitaria privatizá-las como parte do plano de ajuda.
Governador de 2010 a 2014, Anastasia entra na disputa como principal nome da oposição a Fernando Pimentel, que buscará a reeleição. O tucano relutou muito em se candidatar, mas com o PSDB sem alternativas em Minas, cedeu. Foi pressionado pelo tucano candidato ao Planalto, Alckmin, que precisava de um palanque forte no segundo maior colégio eleitoral do país e Anastasia era o único que lhe daria isso.
Alckmin, contudo, não estava no ato de ontem. O presidenciável passou o dia em São Paulo, sem agenda pública, comportamento que deve manter hoje. Também não estava em Contagem o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Aécio é padrinho político de Anastasia. Escolheu-o como companheiro de chapa quando se elegeu governador em 2006 e bancou sua eleição para a sucessão mineira em 2010. Aécio atualmente responde a ações por corrupção que correm no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Justiça de estadual em Minas. (colaborou Fernando Taquari, de São Paulo)
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