Pré-candidatos ao governo se reuniram pela primeira vez e defenderam ajuste fiscal no estado
Carolina Linhares | Folha de S. Paulo
BELO HORIZONTE - Pela primeira vez reunidos lado a lado para responder perguntas e discursar, os pré-candidatos ao governo de Minas Gerais atacaram a ausência do governador Fernando Pimentel (PT) no 35º Congresso Mineiro de Municípios e defenderam ajuste fiscal no estado, que enfrenta grave crise financeira.
Mais aplaudido pela plateia de prefeitos e vereadores, o senador Antonio Anastasia (PSDB) afirmou que os municípios devem ajudar a reconstruir o estado. "Não é essa Minas que queremos, mas uma Minas que atenda os municípios e os cidadãos", disse.
Durante seu discurso, houve gritos na plateia a favor e outros criticando o senador Aécio Neves (PSDB), que é réu no Supremo Tribunal Federal e não vem participando dos eventos de campanha de Anastasia.
Anastasia e também o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à Presidência, têm buscado se descolar da imagem de Aécio quando questionados sobre o assunto. Segundo eles, cabe a Aécio decidir se será candidato à reeleição neste ano.
Pré-candidato à reeleição, Pimentel não compareceu ao evento. Em sua agenda, consta uma reunião com bancos e investidores em São Paulo.
Ele foi criticado pela gestão da crise fiscal do estado, que vem atrasando e parcelando salários de servidores, além de não fazer os repasses devidos aos municípios.
"A um governo ausente corresponde um governador ausente e uma cadeira vazia", disse o pré-candidato João Batista dos Mares Guia (Rede).
"O governador não teve coragem de vir a esse congresso, porque aqui ele seria vaiado", disse o vice-governador Antônio Andrade (MDB), também pré-candidato. Andrade e Pimentel estão rompidos desde 2016, e o emedebista não faz parte do governo.
Participaram ainda Márcio Lacerda (PSB), Romeu Zema (Novo), Dirlene Marques (PSOL) e Rodrigo Pacheco (DEM).
Um painel eletrônico instalado no evento mostrava a dívida do governo com cada cidade mineira, separando ainda a destinação do recurso: saúde, assistência social e transporte escolar.
A retenção de repasses aos municípios gerou um embate entre prefeitos e o governo —o caso está em análise no Tribunal de Contas do Estado. Segundo a associação de municípios, a gestão Pimentel deve R$ 5,9 bilhões aos prefeitos.
Em nota, o governo informou que a reunião de Pimentel com os bancos e fundos de investimentos, nesta terça (19) e quarta (20) em São Paulo, tem o objetivo de mostrar detalhes da operação de lançamento de debêntures.
"O governador vai mostrar aos investidores a segurança jurídica da operação e, com isso, agilizar a captação dos recursos fundamentais para Minas Gerais, neste momento de crise por que passa o estado e o restante do país", afirma o texto.
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