Ministro Ricardo Vélez admite ‘erro’, numa ação que lembrou os aparelhos lulopetistas
O ministro da Educação, o professor Ricardo Vélez Rodríguez, filósofo de origem colombiana, sofre de surtos de incontinência verbal. Em menos de dois meses de poder, Vélez se notabiliza mais por comentários bizarros do que por sugestões de políticas na área educacional, uma das mais carentes na administração pública.
Já fez citação equivocada, em entrevista à “Veja”, do poeta e compositor Cazuza, e precisou pedir desculpas à mãe dele, Lucinha Araújo; teve de fazer o mesmo ao dizer que o brasileiro viajando é um “canibal, rouba coisas do hotel (...), acha que sai de casa e pode carregar tudo”.
Acaba de voltar atrás em mais uma trapalhada, o envio de mensagem oficial para diretores de escolas, a fim de que fosse lida para alunos e funcionários na abertura do ano letivo. O texto traz, no fim, o lema da campanha eleitoral do seu chefe, presidente Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.
Não basta pedir desculpas, reconhecer o erro. Não se pode passar uma borracha na gravidade da óbvia intenção de usar a máquina do Estado para fazer proselitismo político-eleitoral e ideológico. Ricardo Vélez repetiu, com sinal trocado, o comportamento de militantes do lulopetismo instalados em aparelhos na administração federal, nos governos Lula e Dilma.
Vélez, nas partes que compõem o governo Bolsonaro, está no grupo mais ideológico dele, em que se encontram a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e o chanceler, Ernesto Araújo. Cada um deles já produziu excentricidades.
Ficou evidente a intenção do novo responsável pelo MEC de aproveitar a volta às aulas para infundir o conceito cívico de pátria e, de quebra, fazer uma louvação ao governo. Como se não houvesse objetivos de fato estratégicos a serem perseguidos pela educação brasileira.
A espécie de cerimônia cívica recomendada pelo MEC teria alunos e funcionários perfilados, ao som do Hino Nacional e com abandeira pátria hasteada. Recorda roque acontece unas ditaduras é inexorável. Não apenas a militar, amais recente, mas também a do Estado Novo, de Getúlio Vargas.
O objetivo propagandista do ministro não estava visível apenas no slogan da campanha que encerrava o texto, mas na ordem de que fossem feitas filmagens de alunos lendo o pequeno texto, que finaliza co molem abolson arista, e começa como enunciado :“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos (...)” . O material, sintomaticamente, seria enviado também para a Secretaria de Comunicação Social da Presidência. As intenções de propaganda são nítidas.
Enquanto isso, o Brasil continua nas últimas colocações no teste internacional Pisa; precisa superar acrônica e grave crise do ensino médio, e executar o projeto, também essencial, do currículo único. Estas, entre outras do tipo, devem ser as preocupações do ministro Ricardo Veléz Rodríguez, não catequeses e conversões ideológicas.
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