- O Globo
Witzel prometeu trazer a Disney para a Sapucaí, mas não combinou com os americanos. Agora ele ameaça “prender maconheiro na praia”, apesar de a medida não ser prevista em lei
Wilson Witzel gosta de se fantasiar de xerife, mas às vezes aparece com outros figurinos. No carnaval, ele imitou o ex-prefeito Eduardo Paes e vestiu um
chapéu Panamá para ir ao Sambódromo. Em vez de aplausos, ouviu uma sonora vaia das arquibancadas.
Apesar da estreia infeliz, o governador não desistiu da Sapucaí. Há três semanas, ele anunciou que pretende assumir o espaço, deixado ao deus-dará pelo bispo Marcelo Crivella. A turma do samba não teve tempo de festejar. O governador prometeu ocupar a passarela com o Mickey, o Pato Donald e a Cinderela.
“Queremos trazer o Disney Parade todo final de semana ali para o Sambódromo”, afirmou.
No início do ano, o governador Ibaneis Reis já havia prometido inaugurar um parque da Disney em Brasília. Foi desmentido pelos americanos e deixou o assunto para lá.
Ontem consultei a empresa sobre o factoide de Witzel. A Disney informou que não tem planos para o Rio nem manteve contato com o ex-juiz. O Pateta pode ser bobo, mas não gosta de concorrência.
Nesta semana, o governador esqueceu o mundo infantil e voltou a se fantasiar de Rambo. Na segunda-feira, ele disse que teria matado o morador de rua que esfaqueou duas vítimas na Lagoa.
“Se estivesse no lugar do policial, teria dado um tiro na cabeça dele”, afirmou.
Apesar do reparo, Witzel elogiou a ação da PM. Faltou dizer que uma das vítimas foi morta diante dos policiais. Eles ainda balearam três inocentes antes de prender o agressor, que portava uma faca de açougue.
Ontem o governador voltou a bancar o valentão. Em reunião com prefeitos, ele afirmou que vai começar a “prender maconheiro na praia”. “Quem estiver fumando maconha na praia, eu vou prender”, disse, segundo relato da colunista Berenice Seara.
Mais tarde, Witzel teve que ser lembrado de que a prisão de usuários foi trocada por penas alternativas, como advertência e prestação de serviços comunitários. Se o ex-juiz não conhece a lei, imagine o guarda da esquina.
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