sábado, 29 de julho de 2023

Alvaro Costa e Silva - Caso Marielle enlouquece Bolsonaro

Folha de S. Paulo

Novo relatório da PF põe em xeque as instituições que antes investigavam o assassinato

Na noite em que executou Marielle Franco e Anderson Gomes, o matador de aluguel Ronnie Lessa foi beber com amigos num badalado bar da Barra da Tijuca, sem ao menos se preocupar em esconder a arma do crime. Com ele, estava o comparsa Élcio Queiroz, que durante a farra vomitou três vezes, segundo declarou em sua delação premiada. Os dois encheram a caveira para celebrar a morte e o esquema de proteção de que desfrutavam para matar.

Os cinco anos que se passaram desde o início das investigações dos assassinatos —ligados a uma rede estruturada de tráfico de drogas e de armas, clubes de matadores, lavagem de dinheiro e formação de milícias paramilitares— impuseram, de acordo com a Polícia Federal, "limites intransponíveis" para a resolução do caso.

Apesar das recentes revelações, o desenlace depende agora de uma delação de Ronnie Lessa, vulgo Perneta. Em seu novo relatório, a PF afirma que os obstáculos se referem à falta de medidas concretas nas investigações, o que aponta para a contaminação das instituições, pondo em xeque a Polícia Civil, o Ministério Público e o governo do Rio de Janeiro. Não à toa Cláudio Castro —que usa as operações contra o crime como plataforma política— é a imagem do constrangimento com os avanços da Federal no caso.

Para ficar em um único exemplo: em 2021 Edimilson Oliveira da Silva, um sicário da milícia conhecido como Macalé, foi executado em Bangu. Na delação de Queiroz, Macalé surge como a pessoa que contratou Lessa para matar Marielle. A morte dele nem sequer foi investigada, em mais um elo perdido para se chegar ao mandante ou mandantes do atentado político.

Estranhamente o caso Marielle é uma ferida para Bolsonaro; não se pode tocar que ela abre. Só isso explica a exageração do já contumaz descontrole emocional do ex-presidente ao discursar esta semana na Câmara de São Paulo. Sobrou até para os jumentos, coitados.

2 comentários:

EdsonLuiz disse...

Bolsonaristas transformados em pedra têm a mesma postura que lulistas transformados em pedra quando se trata de questões negativas perto ou junto de seus Mitos:: nenhuma água consegue furar a parede de proteção de que se cercaram para afastarem a possibilidade de ao menos considerar seus Mitos envolvidos com o que estes apoiadores não querem.

No caso Mariele Franco, que me desculpem os bolsonaristas mais impedernidos, mas para mim é muito difícil, por Bolsonaro ser fortemente ligado às milícias e por o automóvel onde estava o atirador que matou Mariele, o miliciano Ronnie Lessa, ter saído do mesmo condomínio e de uma casa praticamente vizinha da casa onde ele reside, não considerar a possibilidade de alguma ligação de Bolsonaro com o caso.

Claro que o automóvel ter saído do mesmo condomínio pode ser apenas uma coincidência, mas juntando pontinhos eu considero o envolvimento de Bolsonaro possível.

▪Fiquem em paz porque eu não estou acusando Bolsonaro de estar nisso, estou apenas especulando ; e tenho consciência de que especulações negativas têm sempre um grau enorme de leviandade e eu evito de fazer especulação. Mas neste caso eu acho que alguma possibilidade de Bolsonaro ter ligação ou conhecimento do caso deve ser considerada.

Porém, como eu disse, transformado em pedra lulista nenhum admite que Lula se enlameou junto com Odebrechts, Léo Pinheiro, etc de dinheiro que deveria servir para saúde, educação, pesquisa, ... Do mesmo modo, bolsonarista petrificado nenhum admite que há irregularidade em o esquema de Bolsonaro carregar pelas ruas em caixas de papelão R$14.000.000,00 (quatorze milhões de reais) para comprar imóveis.

Como acho que com estes dois populistas mandando no país nós vamos continuar a ser afundados na míséria em que estamos, continuarei resistindo a eles enquanto puder. Mas a cada dia vejo que as coisas estão mais afastadas e fracas do que eu faço e penso e estes dois populistas estão cada vez mais fortes e a tendência é eles, com a cumplicidade de seus apoiadores, prevalecerem.
▪Água mole em pedra dura, tanto bate até que a água acaba.

ADEMAR AMANCIO disse...

Lula é bem diferente de Bolsonaro,os seguidores também,os lulistas estão dentro do padrão moral terreno,santidade só no céu,rs.