O Globo
Pesquisa do IBGE começou em 2012. No último
trimestre, taxa foi de 6,2%, também a menor para o período
O Brasil fechou 2024 com a menor taxa média
de desemprego desde o início da série histórica, em 2012. O índice anual caiu
de 7,8% para 6,6%. O número de pessoas ocupadas nunca foi tão alto no país, com
recordes no emprego formal
e por conta própria, além do maior rendimento médio já registrado. É o que
mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad)
Contínua, divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.
No trimestre encerrado em dezembro, a taxa foi de 6,2%, também o menor índice já registrado para o período desde 2012. O resultado veio em linha com o esperado pelos agentes econômicos, que projetavam que a taxa recuasse para 6% no quarto trimestre do ano passado, segundo mediana coletada pelo Valor Data.
Em um ano, 1,1 milhão de pessoas deixaram de
procurar emprego . Com isso, o número de pessoas desocupadas foi o mais baixo
desde 2014, quando esteve em 7 milhões.
— A gente remonta a patamares do início da
série — diz Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de
Domicílios do IBGE, ao analisar a taxa média anual do desemprego.
Emprego com e sem carteira batem recorde
Enquanto o desemprego caiu, 2,7 milhões de
pessoas ingressaram no mercado de trabalho no ano passado e o país bateu
recorde de ocupados. Cerca de 103,3 milhões de pessoas tinham alguma ocupação
em 2024, uma alta de 2,6% em relação a 2023(100,7 milhões).
Esse grupo corresponde a 58,6% da população
com 14 anos ou mais - o chamado “nível da ocupação” - que avançou 1 ponto
percentual em relação ao ano anterior (57,6%). Foi também a maior taxa já
registrada pela série histórica, superando o recorde registrado em 2013
(58,3%).
O emprego com carteira cresceu 2,7% no ano e
chegou a 38,7 milhões de pessoas, o mais alto da série. O mesmo ocorreu com o
emprego sem carteira no setor privado, que mostrou aumento de 6% no período e
alcançou 14,2 milhões de pessoas. Já o número de trabalhadores domésticos caiu
1,5%, chegando a 6 milhões de pessoas.
O comércio foi o setor que mais absorveu
trabalhadores no ano passado, com um acréscimo de 733 mil profissionais na
atividade. Em seguida, ficou a administração pública, que somou 524 mil novos
ocupados, e o setor de transporte e armazenagem, com 429 mil. A construção, por
sua vez, registrou a entrada de 406 mil trabalhadores, enquanto a indústria
expandiu seu contingente em 340 mil pessoas no ano passado.
O emprego esteve aquecido em todos os
setores. Comércio, transporte, administração pública, informação e comunicação
e outros serviços atingiram recordes de profissionais. Já a construção e
indústria voltaram a operar com contingente próximos aos recordes de 2014.
— São vários segmentos produtivos com
expansão da ocupação, não apenas os mais intensivos em mão de obra — afirma
Adriana, do IBGE.
No quarto trimestre de 2024, setores como
construção (333 mil), transporte e armazenagem (283 mil) e alojamento e
alimentação (214 mil) puxaram o aumento da ocupação. No entanto, a taxa de
desemprego se manteve estável em relação aos três meses anteriores (6,4%).
Massa salarial e renda batem recorde
Os trabalhadores receberam cerca de R$ 3.225
ao longo de 2024, conforme o rendimento médio real habitual. Foi o maior valor
anual para a série da pesquisa, superando o valor registrado em 2014 (R$
3.120). A renda cresceu 3,7% na comparação com 2023.
— São dois anos seguidos de crescimento do
rendimento, após recuo em 2021 e 2022. A expansão do rendimento em 2024
abrangeu trabalhadores formais e informais o que contribui para o crescimento
da massa de rendimento — analisa Adriana.
Já a massa de rendimento chegou a R$ 328,9
bilhões, o maior da série, com alta de 6,5% (mais R$ 20,1 bilhões) em relação a
2023.
Pnad x Caged
Novos números do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (Caged) foram divulgados na quinta-feira. O país abriu mais
de 1,7 milhão de vagas com carteira assinada no ano passado.
Tanto a pesquisa do Caged quanto a do IBGE
mensuram o emprego, mas suas metodologias são diferentes. A do Caged só traz
informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas
informam ao ministério. Os dados são mensais.
Já a Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. A pesquisa é divulgada mensalmente, mas traz informações trimestrais. A coleta de dados é feita em regiões metropolitanas do país.
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