Cristiane Agostine
O PDT deve ficar de fora de uma reunião dos líderes da base do governo na Câmara com a presidente Dilma Rousseff, prevista para hoje. Essa pode ser uma consequência da divisão da bancada do partido na votação no Congresso do reajuste do valor do salário mínimo, sem acatar a proposta de R$ 545 do Executivo. Segundo lideranças do PT, o Planalto pretende retaliar quem não votar junto com o governo. Em resposta, o presidente da Força Sindical e uma das principais lideranças do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho, reforçou publicamente seu descontentamento com a gestão federal e xingou o PT.
No site da Força Sindical, Paulinho publicou ontem um artigo intitulado "Decepção com o início do governo", no qual criticou a conduta da presidente Dilma na negociação do novo valor do mínimo, fixado em R$ 545. A proposta das centrais era de R$ 560. "Esta postura do governo nos desagradou. Também nos deixou contrariados o fato de a presidenta não ter dado pelo menos um telefonema paras as centrais logo após a sua eleição. Os presidentes de todas as centrais foram em várias assembleias nas empresas e nas fábricas de São Paulo, mas a Dilma não nos fez nenhuma ligação telefônica", registrou. Paulinho foi ainda mais enfático em suas críticas em uma entrevista dada ao site "Terra Magazine": "Se o PT abandonou os trabalhadores, a culpa não é nossa. Manda o PT se f... Estou de saco cheio deles já", disse ao portal.
No mesmo dia, o governo divulgou a reunião da presidente Dilma com os líderes da base na Câmara, para negociar as próximas votações. O líder do PDT na Câmara, deputado Giovanni Queiroz (PA), reforçou que não havia sido convidado. "Eu não estou sabendo dessa reunião", disse. "Não fui informado", comentou o parlamentar. Um emissário do governo na Câmara foi direto ao comentar o motivo de o PDT não ter sido convidado até o fim da noite de ontem: "Não queremos discutir com quem vota contra o governo."
Na bancada do PDT, parlamentares registraram o desconforto com a pressão do governo e de lideranças petistas sobre o partido. Na votação do reajuste do mínimo na Câmara, 16 deputados votaram contra os R$ 560 defendidos pelas centrais sindicais, mas 9 votaram a favor desse valor. Houve uma abstenção. "Estamos incomodados com os recados enviados pelo Planalto, de que o PDT será castigado", reclamou o deputado Vieira da Cunha (RS). "Não se manda recado pela imprensa", afirmou.
Apesar da briga nos bastidores, parte do PDT procurou evitar o confronto direto com o governo federal e o PT. O partido e a Força Sindical comandam o Ministério do Trabalho, com Carlos Lupi, e a maioria das Superintendências Regionais do Trabalho, as antigas delegacias regionais.
Na avaliação de parlamentares e dirigentes do PDT, o importante é não romper de vez para não perder a participação na gestão. "O movimento sindical não pretende romper com a presidenta", pontuou Paulinho, em seu artigo. "Temos que virar a página. O episódio do salário mínimo foi superado", disse Vieira da Cunha.
O líder da Força Sindical, no entanto, já anuncia o próximo embate entre a central e o governo federal: a possível reforma na Previdência. "Somos contra esta proposta [do governo]", escreveu Paulinho.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
O PDT deve ficar de fora de uma reunião dos líderes da base do governo na Câmara com a presidente Dilma Rousseff, prevista para hoje. Essa pode ser uma consequência da divisão da bancada do partido na votação no Congresso do reajuste do valor do salário mínimo, sem acatar a proposta de R$ 545 do Executivo. Segundo lideranças do PT, o Planalto pretende retaliar quem não votar junto com o governo. Em resposta, o presidente da Força Sindical e uma das principais lideranças do PDT, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho, reforçou publicamente seu descontentamento com a gestão federal e xingou o PT.
No site da Força Sindical, Paulinho publicou ontem um artigo intitulado "Decepção com o início do governo", no qual criticou a conduta da presidente Dilma na negociação do novo valor do mínimo, fixado em R$ 545. A proposta das centrais era de R$ 560. "Esta postura do governo nos desagradou. Também nos deixou contrariados o fato de a presidenta não ter dado pelo menos um telefonema paras as centrais logo após a sua eleição. Os presidentes de todas as centrais foram em várias assembleias nas empresas e nas fábricas de São Paulo, mas a Dilma não nos fez nenhuma ligação telefônica", registrou. Paulinho foi ainda mais enfático em suas críticas em uma entrevista dada ao site "Terra Magazine": "Se o PT abandonou os trabalhadores, a culpa não é nossa. Manda o PT se f... Estou de saco cheio deles já", disse ao portal.
No mesmo dia, o governo divulgou a reunião da presidente Dilma com os líderes da base na Câmara, para negociar as próximas votações. O líder do PDT na Câmara, deputado Giovanni Queiroz (PA), reforçou que não havia sido convidado. "Eu não estou sabendo dessa reunião", disse. "Não fui informado", comentou o parlamentar. Um emissário do governo na Câmara foi direto ao comentar o motivo de o PDT não ter sido convidado até o fim da noite de ontem: "Não queremos discutir com quem vota contra o governo."
Na bancada do PDT, parlamentares registraram o desconforto com a pressão do governo e de lideranças petistas sobre o partido. Na votação do reajuste do mínimo na Câmara, 16 deputados votaram contra os R$ 560 defendidos pelas centrais sindicais, mas 9 votaram a favor desse valor. Houve uma abstenção. "Estamos incomodados com os recados enviados pelo Planalto, de que o PDT será castigado", reclamou o deputado Vieira da Cunha (RS). "Não se manda recado pela imprensa", afirmou.
Apesar da briga nos bastidores, parte do PDT procurou evitar o confronto direto com o governo federal e o PT. O partido e a Força Sindical comandam o Ministério do Trabalho, com Carlos Lupi, e a maioria das Superintendências Regionais do Trabalho, as antigas delegacias regionais.
Na avaliação de parlamentares e dirigentes do PDT, o importante é não romper de vez para não perder a participação na gestão. "O movimento sindical não pretende romper com a presidenta", pontuou Paulinho, em seu artigo. "Temos que virar a página. O episódio do salário mínimo foi superado", disse Vieira da Cunha.
O líder da Força Sindical, no entanto, já anuncia o próximo embate entre a central e o governo federal: a possível reforma na Previdência. "Somos contra esta proposta [do governo]", escreveu Paulinho.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
Nenhum comentário:
Postar um comentário