Candidatura presidencial do socialista de Pernambuco enfrenta oposição dentro do próprio partido
Larissa Arantes e Lucas Pavanelli
Não bastasse a dificuldade em construir palanques nos Estados e angariar apoio de outras legendas para sua candidatura à Presidência da República, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), enfrenta resistência de fortes lideranças de seu próprio partido, que querem adiar em cinco anos o projeto da candidatura socialista ao Planalto.
Nos últimos dias, governadores socialistas declararam que o melhor caminho é continuar na base da presidente Dilma Rousseff (PT) e esperar para lançar candidatura própria em 2018. A alternativa de longo prazo surge como saída para evitar a retirada do PSB do governo federal e para levar o partido à eleição de 2018 apoiado pelo PT e pela base de Dilma.
Na última semana, o governador do Amapá, Camilo Capiberibe, criticou a aproximação de Campos com partidos da oposição, como o DEM e o MD (fusão entre PPS e PMN) e sugeriu que a melhor alternativa é aguardar outro momento.
“Fazemos parte da base de apoio da presidente Dilma. Apoiamos a eleição da presidente porque acreditamos que ela era a pessoa mais preparada para dirigir o Brasil. Acho que, neste momento, o melhor é continuar na base de apoio”, afirmou Capiberibe ao jornal “Folha de S.Paulo”.
O discurso engrossou a voz da corrente liderada pelo governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão, o ex-ministro do governo Lula, Ciro Gomes e, mais recentemente, pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, que também vê dificuldades na candidatura em 2014 e prefere aguardar o pleito de daqui a cinco anos.
“Não temos presença em todos os Estados, não teríamos palanques. Sobre a política de alianças, também haveria muita dificuldade”, alertou Casagrande. Outro que também já se manifestou contrário à candidatura de Campos é o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.
A favor. Um dos maiores entusiastas da candidatura própria do PSB já em 2014, o secretário nacional do partido, Carlos Siqueira – que trabalha nos bastidores para convencer os próprios socialistas a adotar o projeto de candidatura própria – avalia que a legenda não pode perder o momento. “Temos uma liderança jovem, capaz, bem avaliada. Não há razão para que o PSB abra mão dela”, afirmou.
Quanto ao esvaziamento do apoio a Eduardo Campos, principalmente pelos recentes discursos de governadores do partido, Siqueira minimizou.
“A atitude de Camilo (Capiberibe) e de outros governadores é compreensível porque precisam do apoio do governo federal para administrarem seus Estados, mas internamente há, sim, apoio ao projeto da candidatura própria”, revelou.
Fonte: O Tempo (MG)
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